sábado, 29 de março de 2008

Ungdomshuset

Relato da tarde (02/03/2007)
Na quinta-feira, 1º de março, o movimento autonomista europeu sofreu umgrande ataque: a "Casa da Juventude" (Ungdomshuset), em Copenhague / Dinamarca, foi despejada pela polícia. Desde 1982 a ocupação servia como centro deatividades políticas e multiculturais, com a participação de coletivosnuma base democrática de decisão; sendo referência para muitos ativistaseuropeus.Os direitos de propriedade do local eram do Conselho Local, que em 1999decidiu quebrar um antigo acordo político com o movimento e vender oespaço para quem oferecesse um valor mais alto. Foi quando uma seitafundamentalista cristã (Faderhuset) comprou o lugar por U$ 450mil, atravésde uma empresa de fachada. A disputa jurídica durou sete anos e, apesardas constantes manifestações em apoio à ocupação, a Corte Nacional cedeu acausa à seita, marcando o despejo para 2007. Em dezembro de 2006, osmoradores de Ungdomshuset convidaram ativistas da Europa a participar deoficinas, debates e outras atividades no local, afim de divulgar a notíciado despejo iminente.Na manhã do despejo, o efetivo policial contou com dois helicópteros doesquadrão anti-terrorista, que pousaram e invadiram a casa pelo telhado ecom a tropa de choque, que bloqueou todos os acessos ao antigo prédio,impedindo a documentação da ação enquanto atiravam bombas de gáslacrimogênio e detiam os ocupantes. Cerca de 2 mil ativistas de todaCopenhague foram em defesa da ocupação e, revoltados, levantarambarricadas nas ruas ao redor. O enfrentamento já atravessa a noite,acontecendo em quatro locais diferentes da cidade, inclusive na CidadeLivre Christiania. Já são mais de 250 detidos e 35 presos (isto é, querespondem a acusação criminal), sendo: 2 norte-americanos, 1 francês, 9alemães, 1 polonês, 1 norueguês, 1 lituanês e 1 da Nova Zelândia. Apolícia também está em alerta nas fronteiras, podendo deter suspeitos deserem participantes desses protestos.O movimento autonomista europeu têm uma tradição de décadas nas ocupaçõesurbanas, os assim chamados squats e centros sociais. As manifestações emsolidariedade à Ungdomshuset já ocorreram na Alemanha, Noruega e Suécia.Em alguma delas, mobilizaram mais de 300 ativistas. Na cidade alemãHamburgo há mais de 700 ativistas mobilizados. Também há protestos sendoplanejados em outras partes da Europa para os próximos dias. Um ativistapresente nos protestos comentou: "Eu já vi Cúpula do G8, tiroteios naUnião Européia em Gothenburg, Revoltas na Alemanha e em todas as partes domundo. Mas nada se compara com hoje! Isto não é só uma revolta, isto é rebelião!".

a(TENSÃO)

******MILIONÁRIO NORTE-AMERICANO OFERECE 10.000.000 DE DÓLARES PARA QUEM ESCLARECER CIENTIFICAMENTE QUAL O SENTIDO DA EXISTÊNCIA HUMANA******** a hipóTESE de reprodução já foi descartada. Sofrermos para ganhar a vida eterna também.

This IS(a)CRAVO

Sempre me incomodou o fato de me considerar um escravo do consumo, escravo das imposições da mídia e do mercado. Mas pouco tempo atrás pude perceber que minha visão era apenas limitada quanto ao assunto. Eu me julgava escravo, e vi que nem isso era. Era apenas um fantoche sem vida, manipulado também, mas sem vida. Além de dizer que devo consumir, para manter a ordem vigente, o mercado ainda diz a hora que devo parar de consumir para manter a estabilidade econômica do país. (País= grandes latifundiários e empresários transnacionais). Realmente, para poder descobrir o que é realmente viver, é preciso constituir uma sociedade paralela. É preciso reconstruir a cada momento a nossa vida. Mas sem usar as antigas estruturas. É preciso que surjam estruturas novas, com um novo acabamento, e uma nova decoração. Devemos esquecer o passado para termos forças para descobrir novidades. Essa mensagem se autodestruirá em 5 segundos 4...3...2...1...

Verde azulado

O escrito postado aí debaixo mostra bem as picuinhas que os corcundas acabam caindo graças a suas crenças (já institivas) na ordenação, disciplinarização, homogeneização. É um levante contra a poesia nua. Estúpidos, nem percebem a neblina na ponta do próprio nariz.
Faço, então, uma pergunta aos grandes juizes oficiais de nossa palavra; se responderem, vou lá e engraxo seus sapatos com a minha língua. É uma pergunta simples, calma..., de criança, boba até, um cisco que derruba uma catedral!
Ei-la: o que significa "jogo"?
Vai, inquisidor, responda!
Só que, antes de se apressar, leia essa lista, pode ajudar: futebol, truco, bingo, paciência, ciranda, passa-anel, uestópi, street-fighter, vôlei, xadrex, jogo-da-vida, r.p.g. Chega, já tá bom.
Agora, vai, formalize, conceitue "jogo", jogue sua amarras, enquanto eu fico aqui dando risada de como o denominado escorrega pelos dedos de quem o denomina.
Vou apenas sussurrar novamente: a coisa é ir além, não tentar guardar o que foi feito em gavetas.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Nova reforma ortográfica

Tem coisa mais inütil do que se preocupar com formálismos ortográficos...
Novamente emtra em pauta a miseria intelectual dos envolvidos no processo...
É preciso abolir formalmente coisas que a decadás naum se usa mais...
Isso prá alegria dos professores de portugues, que sem criatividade para elaborar planos de aulas inteligentes vaum ter assunto novo para suas aulas. Coitados dos vestibulandos. Mais matéria inutil para estudar. Quer saber do que se trata>>>
Falta do que fazer. E ainda ganham para isso.

terça-feira, 25 de março de 2008

Conto minimalista nº 3

- Cê é o Gil?
- Sô.
- Tó.
- Ué? Que que é?
- Sei lá. Té! – e foi.
- Ôxi!
- Ô, Gil! Que que era?
- Ó!
- Afi!!!
- Quê!!!
- É urucubaca!!!
- Cumé!?! Ixi...!
- Ai!!!
- Eaí!?!
- Dá fim! Num é!?!
- Tá! Vô!
Saiu. Voltou.
- Já!?! Cumé? Deu cabo?
- Ã-hã. Vendi!
- Eita, ómi!... Quanto?
- Vixi...! Cê, hein! Tó.
- Pô, Gil! Só!
- Só!!! Qué? Qué! Se num qué? Tem quem qué!
- Ôa, ómi! Pêra lá!
- Hmmm..., ôxi!
- Vô pra lá. Tá?
- Tá! Só que ó: em prol d’eu..., põe páprica pra dedéu no quitute.
- Sim, sim. Bêjo?
- Bêjo... Fofa!
- Fofo.


L.

segunda-feira, 24 de março de 2008

E não muda quando é Lua cheia?


A lua - para quem gosta de reparar nos corpos celeste - estava de se metamorfosear hoje! E para aqueles que a Lua hoje passou desapercebida ...

Como tirar sua própria vida com uma faca de plástico?



Incrível foi ver hoje que grande parte dos meios de comunicação de massa comunicaram, sem nenhuma ironia, que um homem preso pela PF(polícia federal)tenha sido encontrado morto e que a hipótese para isso, tenha sido que ele conseguiu acabar com a sua vida utilizando uma faca plástica. Ver isso noticiado desta forma foi entristecedor. Antes foi noticiado que ele foi preso junto de 1,2 toneladas de cocaína. Não é pela cocaína, que eu fico entristecido, mas principalmente que julgaram que alguém poderia acreditar que este fato tenha acontecendo desta forma. Agora uma lâmina foi encontrada na sela. Menos mal, pelo menos não nos julgam por completos imbecis.

domingo, 23 de março de 2008

Conto minimalista (ou "Chame como bem entender") nº 2

- Já?
- Ã-hã! Já.
- Obrigado, dotô!
- Nada, ô.
- Té!
- Ôxi!!!
- Quê?
- Din-din, né!?!
- Ah! Ops...Tó.
- Afi!

domingo, 16 de março de 2008

Conto minimalista (?) nº 1


- Ô!
- Hmm...? Ah! Cê tá qui, fio?
- Ei-lo!
- Daí? Cumé?
- Vixi, mó bafafá!
- Eia! Que que é? Din-din?
- Ã-hã. Pra dedéu!
- Uia!
- Shhhh!
- Eaí?
- Tô lá, né!
- Cê tá de nhéim-nhéim-nhéim...!?!
- Ô fio..., ó: din-din!
- Afi!
- Mé?
- Pô!
- Ôa!!!... Ôtra!
- E o ómi?
- Fica no muuu!
- Sem dó?
- Ah! Que que é!?!
- Hmm..., tim-tim!
- Tim-tim!... Eita...! Ó lá!
- Óia..., u-lá-lá!!!
- Oh! Cumé? Vá lá!
- Hã?... Ah! Mó tóin-ióin-ióin!
- Virgi! Vem cá..., cê é?
- Êêê..., xô, hein! Nem...
- Né, não?
- Opa, meu!!!
- Tá, tá..., he-he.
- Oh, vô aí!
- Já?
- É, ué!
- Só...! Té! E ó: shhh, hein?
- Té!
- Hmmm..., ôxi!
O minimalismo está nos passos que dá as patas de uma lagartixa quando caça seu prato principal, ainda mais quando este último possui a maior aerodinâmica que a natureza já vomitou.
Não concorda? Então dê outro nome pra isso que vem..., chame como quizer. Minimismo? pode ser? Permite?

sexta-feira, 14 de março de 2008


Uma marcha pra todo mundo
(Raul Seixas)

Um, dois, três
Marchem, marchem zumbis
Vamos, um, dois, três,
Todos marcham pra loucura!
Não tem jeito, não tem cura
Marchem todos confiantes
Marchem todos pra loucura.

quinta-feira, 13 de março de 2008

AS BOAS VINDAS AOS UNIVERSI(O)TÁRIOS

"Os estudantes universitários ativistas estão cedendo o lugar àqueles que procuram o prazer e as sensações fortes. Existem muitos estudantes que pensam que os protestos não tiveram o menor resultado. A sociedade ainda está cheia de defeitos e as universidades ainda não atingiram a perfeição. Existe também uma nova desilusão nesta segunda metade da década de sessenta provocada pela década anterior, mas muito mais grave, mais cínica, mais desesperada."

ISSO FOI ESCRITO NA DÉCADA DE 60, NOS e.u.a. Hoje, essa idéia, já banalisada, não ecoa mais como um alerta pois todos estamos amortecidos pela cultura do consumo intelectual. Do consumo universitário. Queremos na universidade o mesmo espetáculo visto nas telas de Hollywood, e quando não encontramos, o que resta é virarmos espectadores da novela mexicana universitária, onde sabemos começo meio e fim mas não conseguimos reagir frente a essa realidade hipnotizadora.

"Acho que essa juventude está morta, precisando de uma injeção de vida. É gente que precisaria pensar com suas próprias cabeças, mas isso ninguém está fazendo." (Ney Matogrosso, década de 70, ainda no Secos e Molhados)

"A JUVENTUDE É UMA COISA MARAVILHOSA, PENA SER DESPERDIÇADA NOS JOVENS"
(G.B. SHAW)

quarta-feira, 12 de março de 2008

De tanto que tu falas, Saramago, agora falo de ti


Saramago valoriza não os picos da história que cria, esmiúça os porquês, o caminho e não a chegada. Mira o mínimo e lá encontra o imenso, o intenso, o quase todo: uma recorrência, um ressentimento, o carinho, o peso do passado, a cobrança do presente, o expectante futuro. Vê e conta não sobre o quadro, mas sobre a pincelada dos pintores, por saber que não há melhor foco para perceber suas intenções. As encontra, as expõe e divaga.
Conta como se a história abrangesse o seu próprio tempo, cria um narrador que sabe se colocar de fora, as personagens parecem caminhar pelos seus próprios pés, imparcial. Presente em grande parte, divaga sobre os comportamentos de Cipriano Algor, do cão, da amoreira-preta, dos olhos que vêem do forno, e seu singular blá-blá-blá o leva a desatenção, como uma criança mimada quando os pais grudentos largam-na dos afagos e beijos e vem-cá-com-o-papai e fogem para longe, as personagens continuam em seu tempo, o autor corre e alcança a história, observa-a e divaga. divaga, vaga, vaga, ga. Se perde e corre até o combustível de seu desvario, agarra-o, e se perde, se perde, se perde.
Saramago pensa sobre muitas coisas, todas elas muito sutis e quase sempre universais, presentes aqui, ali e lá.
O capricho nos cantos miúdos dos acontecimentos faz com que as revelações venham sutis e bem lá do fundo das personagens, como é o caso do conflito (quase edipiano, se já não fosse ridículo usar esse conceito) entre pai-filha-cunhado, cunhado-sogro-esposa, mulher-homem-pai, no discurso caipira-burguês de Marçal, no definhamento vagaroso e inevitável da olaria, como é vagaroso todo o tempo que as personagens depositam no diálogo. Esse engajamento no afeto entre a família protagonista é desenhado a mãos de pluma, tão leve e cuidadosamente encrostada na obra "A caverna". E são sobre esses pontos leves que o sábio português ergue sua história. Esmiuçando, percebe os espinhos encravados causadores do retorno das dores, o mal resolvido regressa, irrita, põe em conflito por meios, palavras, gestos os mais diferentes, karmas postos são esmiuçados sem pressa, sem julgar onde aquilo irá chega, Saramago deve andar sem mapa quando escreve. nem tente olhar pra trás, procurando algo perdido ou esquecido, não vai encontrar, as histórias de Saramago são florestas de divagações, acompanhe-o dando passos bem dados que chegará até o final, garanto.

"Devia acender a luz, disse a si mesma, mas não se levantou. Nunca lhe tinham dito que a muitas pessoas no mundo se lhes mudou radicalmente o destino por esse gesto simples que é o ed acender ou apagar a luz, quer fosse uma candeia antiga, ou uma vela, ou um candeeiro de petróleo, ou uma lâmpada das modernas, é certo ter pensado que deveria levantar-se, que assim o estavam impondo as conveniências, mas o corpo negava-se, não se movia, recusava-se a cumprir a ordem da cabeça. Esta penumbra que havia faltado a Cipriano Algor para que se atrevesse finalmente a declarar, Gosto de si, Isaura, [...]." p.300

WANTED (TÉDIO)

Vivendo numa "Era" de desinformação constamente, ou melhor, de informação excessiva aliada à um desconhecimento da realidade concreta, frequentemente nos impressionamos com a descoberta de que em meio à fragmentação do discurso, onde a tendência cada vez mais forte é a de desconstrução das estruturas sobre as quais foi (a)fundada nossa cultura, ainda possa existir pensamentos autênticos. O fato é que toda idéia é revolucionária quando exposta pela primeira vez... toda idéia é revolucionária quando é re-formulada e toda idéia revolucionária é genial antes de virar mercadoria.. A juventude já adotou as idéias marxistas, hippies, lsd, anarquismo, e tudo foi incorporado ao sistema e virou mercadoria. Já não há para quem recorrer. Não há mais esperança de salvação. Já não há mais crença no progresso humano. O que há é o consumo desenfreado de "produtos" revolucionários. O que há é CONSUMIDORES de BUKOWSKI'S, JIM MORRISON'S, GUEVARAS. Toda idéia para ser revolucionária precisa ter seu ciclo de duração. E a maioria dessas idéias já estão ultrapassadas. Me dá náuseas escutar de um adolescente com uma garrafa de cerveja na mão e seu popularíssimo "All-Star" à caminho do Shopping Catuaí dizer que seu ídolo era "Charles Bukowski". E por que? . Será que esse adolescente realmente escolheu gostar dele ou essa escolha foi mais um produto imposto pelo "mercado" da cultura. Mercado esse adaptado para dar a ilusão a jovens de classe média de que possuem o poder de mudar o mundo. Cada vez menos encontramos pessoas que pensam no presente, e somente para o presente. Nietzsche já dizia que devemos saber lembrar o passado, mas também devemos aprender a esquecê-lo. É justamente essa falta de esquecimento que nos faz viver acorrentados à fracassos passados, e nos enche a vida de tédio impedindo-nos de ter uma nova visão sobre os acontecimentos. Hoje em dia é cada um por si e Deus contra todos. Mais uma vez Darwin dá o veredito final da história humana. Que ganhe o mais adaptado, e infelizmente atualmente o mercado é quem manda no mundo. Talvez o triunfo do capitalismo se dê às custas do que sobrou da humanidade, amparado pelos ombros dessa juventude inerte, e ao invés da sociedade do espetáculo acabe por criar a cultura do tédio.
No verão, nos trancavamos no quarto e desligavamos o ventilador para não me espalhar com o pó da estante, evaporava naquela cama, me transformava no ar que te rodeava e tocava por inteira num entra e sai incessante. A cada orgasmo, num breve espaço de tempo, nos tornavamos úmidos, como num espirro.

terça-feira, 11 de março de 2008

MOSKA


Quando não produzo nada, penso de que maneira alguém que não produz nada vive em nossa sociedade. Engana-se aquele que não pensa no outro ou em uma outra forma de distribuir os poderes. Mas se eu disser - Não produzo por não concordar com as regras de produção. Estou aniquilado pela pressão que a sociedade exerce sobre todos nós. Hoje estou apenas a zombear!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Entrevista com Hakim Bey na High Times Magazine


Muito antes dele se tornar uma lenda ‘cult’, eu ouvi pela primeira vez o nome do misterioso e esquivo Hakim Bey quando girava o dial do rádio em Nova York. Ele foi mencionado em um programa da WBAI FM chamado ?A Cruzada Moura Ortodoxa?. Mas logo, amigos estavam falando em surdina sobre suas buscas à Zona Autônoma Temporária. Intrigado, eu procurei pelo clássico underground de Hakim, T.A.Z., A Zona Autônoma Temporária: Anarquismo Ontológico e Terrorismo Poético (Autonomedia, po Box 568, Brooklyn, ny 11211). Eu o achei numa pequena livraria esotérica que tinha desde trabalhos de Emma Goldman até Aleister Crowley. Eu comecei a perguntar sobre a Sociedade do Anarquismo Ontológico e sobre esse enigmático Hakim Bey. Ninguém sabia como chegar ao efêmero Hakim. Ligar para os editores dele me deixou ainda mais frustrado. Hakim Bey também lançou um CD declamado com música de Bill Laswell pelo selo Axiom, chamado também de TAZ. Então eu os contatei também - inutilmente. Então um dia eu acho um bilhete na minha cama dizendo para vir à Rua Mott às 9 da noite para uma entrevista. Como isso veio parar aí? Na Rua Mott, um carro anônimo encosta e me leva a um obscuro restaurante num porão em Chinatown, onde uma cabine privada com cortinas está separada, com um pequeno narguilé e um prato cheio de Bolas de Templo Nepalesas(1). Sou convidado a entrar.

HAKIM BEY: Bem, a informação padrão (que é tudo que eu falo) é que eu era um poeta da corte de um principado sem nome no norte da Índia, que eu fui preso na Inglaterra por um atentado anarquista a bomba e que eu vivo em Pine Barrens, Nova Jersey, em um trailer da Airstream(2). Quando eu venho a Nova York eu fico num hotel em Chinatown.
HT:O que é a Zona Autônoma Temporária?
HB: A Zona Autônoma Temporária é uma idéia que algumas pessoas acham que eu criei, mas eu não acho que tenha criado ela. Eu só acho que eu pus um nome esperto em algo que já estava acontecendo: a inevitável tendência dos indivíduos de se juntarem em grupos para buscarem liberdade. E não terem que esperar por ela até que chegue algum futuro utópico abstrato e pós-revolucionário.A questão é: como os indivíduos em grupos maximizam a liberdade sob as situações dos dias de hoje, no mundo real? Eu não estou perguntando como nós gostaríamos que o mundo fosse, nem naquilo em que nós estamos querendo transformar o mundo, mas o que podemos fazer aqui e agora. Quando falamos sobre uma Zona Autônoma Temporária, estamos falando em como um grupo, uma coagulação voluntária de pessoas afins não-hierarquizada, pode maximizar a liberdade por eles mesmos numa sociedade atual. Organização para a maximização de atividades prazeirosas sem controle de hierarquias opressivas.Existem pontos na vida de todos que as hierarquias opressivas invadem numa regularidade quase diária; você pode falar sobre educação compulsória, ou trabalho. Você é forçado a ganhar a vida, e o trabalho por si só é organizado como uma hierarquia opressiva. Então a maioria das pessoas, todos os dias, tem que tolerar a hierarquia opressiva do trabalho alienado.Por essa razão, criar uma Zona Autônoma Temporária significa fazer algo real sobre essas hierarquias reais e opressivas - não somente declarar nossa antipatia teórica a essas instituições. Você vê a diferença que eu coloco aqui?No aumento da popularidade do livro, muitas pessoas se confundiram com esse termo e usaram ele como um rótulo para todo o tipo de coisa que ele realmente não é. Isso é inevitável, uma vez que o próprio vírus da frase está solto na rede (para usar metáforas de computadores). Se as pessoas usam erroneamente ele ou não isso não é tão importante, porque o significado está incrustado no termo. É como um vírus verbal. Ele diz o que significa.
HT:Uma Zona Autônoma Temporária necessariamente se abstém do uso do dinheiro?
HB:Isso é difícil em uma situação real, mas pode acontecer. O Rainbow Gathering (3), por exemplo, se abstém do uso do dinheiro. Isso é quase que uma garantia de um grau muito maior de autonomia temporária para as pessoas que estão participando.Eles na realidade aumentam seu prazer saindo fora da economia de dinheiro/mercadorias.
HT:A imprensa ligou o fenômeno TAZ ao movimento cyberpunk. Você acha que a Internet é uma Zona Autônoma Temporária?
HB: Não. Um mal entendido muito peculiar veio à tona. A revista Time fez uma matéria sobre o ciberespaço que me citou erroneamente - o que me deixou particularmente feliz. Se a Time entendesse o que eu estava falando, eu seria forçado a reestruturar toda minha filosofia, ou talvez desaparecer pra sempre em desgraça.Eles diziam que o ciberespaço era uma Zona Autônoma, e eu não concordo. Enfaticamente não concordo. Eu acho que a liberdade inclui o corpo. Se o corpo está em um estado de alienação, então a liberdade não é completa em nenhum sentido. O Ciberespaço é um espaço sem corpo. Ele é, de fato, um espaço abstrato e conceitual. Não existe cheiro nele, nem gosto, nem sentimento e nem sexo. Se qualquer uma dessas coisas existe lá, são apenas simulacros dessas coisas e não elas mesmas.única coisa que a Internet ou o cIberespaço podem ter com relação à Zona Autônoma Temporária é que eles são instrumentos ou ‘armamento’ para alcançar a liberdade. Então é importante trabalhar para proteger as liberdades de expressão e comunicação que estão abertas neste exato momento pela Internet contra o FBI e Clinton e a ‘Infobahn’ (um bom termo em alemão para designar a auto-estrada da informação). Cuidado para não ser atropelado na Infobahn! Comunicando-se por uma BBS(4), um grupo pode planejar um festival de maneira muito mais eficaz, alguma coisa como um Rainbow Gathering, estruturado nas chances para maximizar o potencial para o surgimento de uma TAZ real. A Internet também pode ser usada para montar uma rede econômica alternativa genuína. Trocas e permutas trilhadas na Internet em comunicações privilegiadas.

HT: Você pode explicar o ‘Terrorismo Poético’?
HB: Por terrorismo poético eu entendo ações não-violentas em larga escala que podem ter um impacto psicológico comparável ao poder de um ato terrorista - com a diferença de que o ato é de mudança de consciência. Digamos que você tem um grupo de atores de rua. Se você chamar o que você está fazendo de ?performance de rua?, você já criou uma divisão entre o artista e a audiência, e você alienou de si mesmo qualquer possibilidade de colidir diretamente nas vidas diárias da audiência. Mas se você pregar uma peça, criar um incidente, criar uma situação, pode ser possível persuadir as pessoas a participar e a maximizar sua liberdade. É uma estranha mistura de ação clandestina e mentira (que é a essência da arte) com uma técnica de penetração psicológica de aumento da liberdade, tanto no nível individual quanto no social.

HT: Você pode fazer algumas sugestões especial ao leitor da HIGH TIMES para criar uma TAZ?
HB: Ok, tudo bem. Eu gostaria de dizer isso ao movimento canabista, e, em um nível mais amplo, eu gostaria de direcionar isto ao movimento libertário em geral, que é um aliado próximo, cruza e tem áreas de contingência com o movimento canabista.Se os Libertários tivessem gasto os últimos quinze anos organizando redes econômicas alternativas para potencializar a emergência de uma Zona Autônoma Temporária e levá-la rumo a uma Zona Autônoma Permanente, ao invés de jogar o jogo fútil das políticas de terceiros, que é uma posição fracassada desde o início; se o movimento canabista tivesse colocado sua energia nos últimos quinze anos na organização de redes econômicas alternativas, não necessariamente baseadas em trocas ?criminosas? de dinheiro por maconha mas nas necessidades e possibilidades básicas da vida real; se toda essa energia fosse direcionada nesse sentido, ao invés do que parece para mim uma quimera total, um fantasma totalmente abstrato chamado ?poder político democrático legislativo? - então eu penso que estaríamos há muito no caminho claro da mudança revolucionária nessa sociedade.Nessas circunstâncias, toda essa boa intenção e grande energia foi mal direcionada em um jogo - um jogo em que a autoridade cria as regras, e nas quais ?eles? criaram as regras para que pessoas como eu e você não possam ganhar poder dentro desse sistema.Agora isto é uma crítica anarquista que eu estou fazendo, com os motivos mais camaradas possíveis. Eu acho que é uma tragédia essa energia ter sido mal direcionada. Eu não acho que é tarde demais para acordar e ver o que está na verdade acontecendo(5) aqui.Outro ponto que eu gostaria de falar é que a HIGH TIMES foi particularmente culpável durante a última eleição, quando conclamou seus leitores (incluindo uma grande porcentagem de usuários de maconha nesse país) a votar naquele Clinton filho da puta, baseado em um rumor extremamente suspeito: de que Al Gore, um conhecido mentiroso, hipócrita e embusteiro, cochichou pra alguns ativistas da maconha que ele estava do lado deles. E por isso, presumivelmente, milhares, se não milhões, de fumantes de maconha saíram e votaram em um outro bando de filhos da puta, se esquecendo toda a sabedoria do antigo slogan anarquista, "nunca vote, isso só encoraja os bastardos." Eu vou fazer uma aposta agora. Eu como a edição da revista em que isto será impresso se, sob a administração Clinton, existirem quaisquer melhoras na lei relacionada ao uso da cannabis por prazer. Pode haver um pequeno abrandamento no uso da maconha medicinal ou comercial. Mas não haverá abrandamento - de fato, somente haverá uma maior regulação - no uso da erva por prazer. Ok? E se isso não for verdade, eu como a porra da revista com uma merda de um leite e um açúcar.

HT: Isso seria um ato de terrorismo poético?
HB: Heh, heh.

HT: Você acha que o movimento canabista é contraproducente em alguns aspectos?
HB: Antes de qualquer crítica, eu preciso enfatizar que eu pertenço a uma religião em que a maconha é um sacramento, e eu sou um defensor vitalício de ações pró-maconha. Eu uso o termo ?ação? ao invés de ?legalização? por uma razão muito específica, na qual eu vou chegar. Daí eu ofereço crítica em um espírito construtivo. Eu quero que isso fique bem claro, como Nixon costumava dizer.Nos anos em que vêm existindo um movimento pela legalização da maconha, todas as leis desse país ficaram piores e mais opressivas. No tempo em que vêm existindo um movimento de legalização da maconha, o preço da erva ficou proibitivamente caro por causa da Guerra às Drogas. Existe aí uma relação direta entre a Guerra às Drogas e o movimento pela legalização da maconha? Provavelmente não muita. Porém, tagarelar tudo todo o tempo e fazer tudo aberto, deixando as estatísticas e listas de discussões disponíveis para as agências de inteligência e outras não é uma tática boa quando você está na verdade lidando com uma substância ilegal.Eu acho que temos um complexo de mártir nessa situação. Existem pessoas que querem confrontamento contra uma projeção psicológica do que eles acham que é a ?autoridade?. Em outras palavras, contra quem é relativo à autoridade de um jeito autoritário. Simplesmente por desafiarem abertamente essa autoridade, eles estão se definindo como criminosos e vítimas do estado.

HT: Você acha que eles poderiam usar um pouco de terrorismo poético?
HB: Eu acho que eles poderiam usar um pouco de clandestinidade sensata e um pouco do senso do terrorismo poético, sim.

HT: Você escreveu extensamente sobre os tongs(6), as sociedades secretas Chinesas. Você diria que a economia underground da maconha é organizada de forma semelhante aos tongs?
HB: Absolutamente, é organizada como uma soma, como uma… bem, não é organizada como uma soma de tongs, e é isso que é o problema. O ponto é que um tong é uma sociedade secreta. E isto, novamente, é algo que não é somente uma fantasia; é algo real. Um grupo de amigos com afinidades que se junta para intensificar seu prazer e liberdade por meios que não sejam reconhecidos como legais pela sociedade criou inconscientemente uma tong. O que eu acho que eles poderiam fazer é conscientemente criar uma tong. O que nós precisamos aqui é uma estética e uma tradição de sociedades clandestinas não-hierárquicas. Como nós organizamos verdadeiras redes secretas de permuta? Mas também, como nós criamos uma poética desta situação, como nós fazemos disto algo que funcione não somente num nível econômico prático, mas também num nível imaginário, onde os corações das pessoas estão comprometidos?

HT: Uma comunidade.
HB: Eu iria além, ao usar o termo de Paul Goodman, communitas, para mostrar que nós estamos falando sobre algo que é mais que um arranjo a esmo, mas realmente um objetivo pela qual nós estamos nos esforçando.Eu vejo a Zona Autônoma Temporária como o florescimento temporário do sucesso dessas redes. O que nós estamos esperando é que as estruturas não hierárquicas atuais maximizem seu potencial para o surgimento de uma TAZ.Vamos falar sobre as redes como uma espécie de subsolo rico em micélios que são por si só o corpo verdadeiro da planta. E ele pode se espalhar por milhas, como você sabe. Os cogumelos que aparecem, os frutos - eles são como uma Zona Autônoma Temporária, esses são as florescências da rede, se eu consigo fazer aqui minha metáfora botânica. Uma das formas mais óbvias de florescimento é o festival: a rave, o Rainbow Gathering, os festivais Zippies(7) e coisas como o festival Burning Man(8) em Nevada - esses tipos de festivais espontâneos, não regulados, não mercantilizados, que aparecem.

HT: Mas talvez eles tenham vidas, ?vidas de prateleira?(9) - só uma certa quantidade de tempo quando eles podem criar e florescer.
HB: Existem algumas coisas que são inerentemente temporárias. E existem outra coisas que são temporárias somente porque não somos fortes o suficiente para fazê-las permanentes. Digamos que você se instala por alguns meses em um lugar bonito perto de uma floresta, na beira de um lago, no verão, com alguns amigos e você tem uma TAZ verdadeira. Erotismo e beleza natural e liberdade pra correr pelado por aí e fumar maconha ou fazer o que você quiser. Mas como isto tudo é movido pelo dinheiro que as pessoas têm que fazer no mercado onde elas vendem o trabalho, isto pode durar somente um certo tempo. Nós gostaríamos de fazer isto durar para sempre, transformado a TAZ em uma PAZ, uma Zona Autônoma Permanente (Permanent Autonomous Zone). Nós não temos o poder econômico para fazer isto. É temporário somente porque nos falta o poder para fazermos isto mais permanente.Outras coisas são claramente temporárias, e devem ser apreciadas pela sua temporalidade. Quando a essência saiu delas nós devemos perceber isto, e deixar esta forma em busca de outras formas. Então uma certa quantidade do que vem sendo chamado de ?trabalho de flutuação? é necessário. Você tem que estar sintonizado com onde a liberdade e o prazer estão sendo potencializados e onde não estão, para que você possa espontaneamente se manter flutuando e ficar à frente desse fenômeno. Isso é exatamente o que hordas de pessoas estão fazendo por aí: velhos camaradas em rv´s(10), caras novos viajando clandestinamente, está tudo acontecendo. Não estou descrevendo um esquema utópico, é o que está acontecendo de qualquer jeito. Tenhamos consciência disso. Vamos perceber que isso é um verdadeiro valor, porque faz algo por nossas vidas, diferentemente de todo essa jogatina política estúpida.Nós somos constantemente seduzidos a colocar nossas forças e nosso amor e nossa criatividade em objetivos que são imediatamente reocupáveis e cooptáveis e mercantilizáveis por ?eles?. Isso devia parar.

HT: Eu vejo pessoas tendo problemas para comunicar-se com outras porque elas estão acostumadas a se falar pela televisão. Então, quanto você está trabalhando em uma comunidade, o primeiro passo para criar uma TAZ seria a comunicação.
HB: Absolutamente. As pessoas estão alienadas pela mídia. Isso é algo que tem que ser repetido constantemente. Quanto mais você se relaciona com os meios, menos você se relaciona com outros seres humanos em sua proximidade física. Novamente, isso não é uma grande teoria, isto é algo que simplesmente está acontecendo. Você gasta mais tempo vendo TV, você gasta menos tempo se relacionando com seus amigos. E quando isto se espalha em nível social, você começa a ver algumas coisas muito estranhas ocorrendo. A corrente tem mais força que qualquer participação individual na corrente. Existe uma sinergia negativa, um efeito de realimentação negativa por meio do qual sua alienação de outras pessoas está sendo causada por televisões e rádios e filmes e jornais e livros. Eu certamente não isento os impressos dessa crítica. E subitamente você descobre que não é somente uma questão de alienação, é uma questão de miserabilidade. Essa separação de você da realidade física está fazendo você miserável.Muitas pessoas chegaram a esse ponto. Eles não sabem o que fazer porque nós não estamos dando a eles uma direção. Digo, radicais fumantes de maconha não estão dando a eles uma alternativa clara e realista, mas ao invés disso estão sonhando acordados com várias merdas de New Age e estilo de vida.

HT: Onde as pessoas podem achar Zonas Autônomas Temporárias às quais você estaria disposto a dizer quando e onde encontrar?
HB:Eu não posso - porque elas não existem precisamente em mapas com coordenadas cartesianas. Existem outras dimensões que não os mapas onde as Zonas Autônomas Temporárias podem ser achadas. Eu gosto de metaforizar estas dimensões como dimensões fractais, o que traz toda a questão de caos e complexidade. E uma das razões pelas quais eu não posso te dar nenhum indicativo é porque essa é uma situação fractal carregada de complexidade. A qualquer momento uma TAZ pode ocorrer. Em um nível mínimo, um jantar na casa de alguém pode repentinamente evoluir em uma TAZ. Não qualquer jantar, mas o potencial está lá porque é organizado de uma maneira não hierárquica, para convivência. E, em um nível máximo, você teve Zonas Autônomas Temporárias que duraram muito mais, onde a festa na realidade continuou por alguns anos. Quando estamos falando sobre a Zona Autônoma Temporária, per se, como nodos realmente intensos de consciência e ação, é possível que os seres humanos não possam aguentar muito disso. Talvez dezoito meses ou dois anos de festa contínua seja tudo que alguém pode aguentar.

HT: Bem, eu conheço algumas pessoas…
HB: Claro! Mas nós podemos falar de Zonas Autônomas Permanentes, você sabe, o que é um conceito diferente.

HT: Você chamaria o Rainbow Gathering de Zona Autônoma Permanente?
HB: Eu chamo ele de Zona Autônoma Periódica, o que é ainda outra variação dessa idéia. Existem certas Zonas Autônomas que você não pode manter o tempo todo, mas que você pode realizar com uma certa freqüência constante, e os festivais anuais são os exemplos. O que nós temos que fazer é evitar a mercantilização. Preciso dizer algo mais desse assunto? Ok?O festival é um momento intenso, mas periódico. É momentâneo, mas periódico. Assim como no Rainbow, não é realmente necessário ser dono da propriedade, como eles inteligentemente descobriram. Qualquer grupo de pessoas na América pode fazer isso. Você não precisa se juntar às tribos Rainbow e seguir seu estilo de vida (que eu particularmente não acho atrativo). Você só faz um encontro em uma floresta nacional e monta sua tenda fora da linha de visão, ou você pega um lugar onde tenham poucos ursos.No festival Burning Man, o guarda florestal mais próximo está a 75 milhas de distância, e eles converteram ele a um amigo e defensor do festival, de qualquer jeito. É organizado por alguns artistas da Califórnia que vão para a pior parte do deserto de Nevada, só um mar de areia preta até onde a vista alcança, e eles fazem uma estátua gigantesca de um homem de vime, então no último dia do festival eles ateiam fogo a ele e todo mundo bebe um monte de cerveja e vê ele queimar. É um tremendo sucesso e está sendo repetido sempre com uma periodicidade anual. As pessoas amam isto. Um jornal é impresso no lugar, uma mini estação de rádio FM é montada cada ano e todos os tipos diferentes de pessoas vêm, de caras que moram isolados em rvs a ciclistasa hippies, o pessoal ?flower? e o pessoal Rainbow e os hobos(11) e artistas da Califórnia. E todo mundo se diverte muito, e então eles arrumam as malas e vão embora e esse é o fim daquilo, e o guarda florestal não incomoda eles porque está a 75 milhas de distância e ele gosta daquilo de qualquer jeito porque eles deixam o lugar limpo. Então qualquer um pode fazer isso. Você não precisa esperar pela permissão de alguma autoridade tribal.

HT: Criar uma TAZ é quase como criar o seu próprio espaço autônomo livre em você mesmo.
HB: Eu fico repetindo a frase "maximize o potencial para o aparecimento". Eu sei que é uma frase meio grotesca e complicada, mas ela precisa ser sempre inserida em qualquer frase que nós falemos aqui. Você não pode declarar uma TAZ. Ou, se você pode, você é um mágico muito mais eficiente do que eu. Você simplesmente não pode decidir ter uma TAZ. Uma TAZ é algo que acontece espontaneamente. Quando de repente você diz, uau, sabe, tem N pessoas aqui, mas tem N mais N energia, excitação, prazer, liberdade, consciência. Certo? Esse momento de sinergia de corrente cruzada acontece quando um grupo de pessoas está tendo algo mais de uma situação que a soma do que os indivíduos estão colocando nisto. Você não pode prever isto. Tudo o que você pode fazer é maximizar o potencial para o aparecimento.

Glossário
1. Bolas de Templo Nepalesas (Nepalese Temple Balls) - nome dado para pelotas de haxixe.
2. Airstream - Tradicional marca americana de trailers e motor-homes, pertencente à Thor Industries. Seu website é www.airstream-rv.com.
3. Rainbow Gatherings - festival-encontro dos participantes da ?Família Arco-Íris da Luz Viva?(Rainbow Family of Living Light), que na realidade não é uma organização, mas diferentes pessoas que pregam a construção de pequenas comunidades, não violência, estilo de vida alternativo, Paz e Amor, e tradições indígenas americanas. Esse encontro, que acontece anualmente, tem por objetivo rezar pela paz no planeta.
4. BBS - Bulletin Board System, um termo de informática que designa uma base de dados de mensagens acessível pela Internet, ou melhor ainda, um mural de recados eletrônico.
5. No original, ?I don?t think that it?s too late to wake up and smell the coffee here.?
6. Tong - sociedade secreta chinesa, do cantonês tong, ?assembléia de todos?.
7. Festival Zippy - encontro das pessoas da cultura zippie - que se definem, em parte, como hippies tecnológicos, que acreditam em funções religiosas na tecnologia. O nome vem de hippies com zip. Retirado de
http://www.fiu.edu/~mizrachs/Zippies.html
8. Festival Burning Man - festival que reúne anualmente cerca de vinte e cinco mil pessoas, e envolve música, arte e comunidade. Retirado de http://www.burningman.com/
9. Vida de Prateleira - extensão de tempo que um produto, especialmente alimento, pode permanecer na prateleira de uma loja antes de se tornar impróprio para uso; prazo de validade.
10. RV (recreation vehicles) - veículos como trailers e motor-homes.
11. hobo - Alguém que viaja de lugar a lugar procurando por lares e empregos temporários. Retirado de
www.hobotraveler.com/hobo.shtml
O site da High Time é http://www.hightimes.com/ht/home/

quinta-feira, 6 de março de 2008

A apropriação social dos discursos


"Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou modificar a apropriação dos disursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo." Foucault século XX

quarta-feira, 5 de março de 2008

“Todo projeto nacional de ensino deveria ser combatido em qualquer circunstância pelas óbvias ligações com o governo, uma ligação mais temível do que a velha e muito contestada aliança da Igreja com o Estado. Antes de colocar uma máquina tão poderosa nas mãos de um agente tão ambíguo, cumpre examinar bem o que estamos fazendo. Certamente que o governo não deixará de usá-la para reforçar seu próprio poder e para perpetuar suas instituições”.
William Godwin, séc. XVIII

segunda-feira, 3 de março de 2008

Conto tridimensional no 5

Lia, qualquer coisa - e verdade que corria dos religiosos em demasia (daqueles que tratam a escrita como uma profissão [e não como um desabafo {vindo das dores... do âmago... da gente} escrito a sangue] vinda de um departamento qualquer) que lera muito nos tempos de colégio - que encontrava na prateleira suja de seu quarto, pra cansar os olhos e dormir.

Conto tridimensional No 4

A dor, todos sabiam - afinal cachorro não tem estômago (come até merda [inclusive de cavalo {esterco} de esfíncter solto] se quiser) pra esse negócio de massa - que fora a macarronada, vinha de dentro.

Vômito

Curvado, lá se vai nosso herói. Que potencial. A única coisa que lhe atrapalha os passos são duas facas enfiadas nas costas e uma a cinco metros do seu peito esquerdo. Como aprende rápido: não respeita quem usa a crueldade como arma e usa, agora, as sombrancelhas levantadas como raio-x. Ainda é trouxa, mas digno..., brochante como um impedimento aos quarenta do segundo tempo, mas ainda fazendo de suas tragédias obras de arte. Caminha, raivoso, minimalista, em direção ao palhaço que lhe encurvou as costas. Vai trucidá-lo?