quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Revolução!

O novo, o inesperado e o amor!
falo pouco, sinto muito

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Estavamos tão juntos que tudo parecia um sonho, e como nos sonhos parecia que o envolta não existia, ou precisava ser desvendado, des-matado, nascido! mas ninguem quiz sair dali. Não falavamos muito, pra quê? trocavamos à bessa. Você sem aqueles óculos sorria mais, como se o brilho dos olhos provocasse ciúmes aos dentes, como se a proximidade te ofuscasse, como se me protege-se, como se o envolta voltasse de repente levando tudo aquilo que parecia um sonho.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

....... A meninha queimada do sol de franjinhas de tijela na testa sobe com a mãe nos empurros do ônibus lotado. Sem banco, a mãe - com o pescoço suando debaixo da traça grossa - puxa a menina pra sentar num dos canos amarelos. Ela resite.
.......- Eu quero te colocar aqui em cima!
.......- Eu coloco. - fala a voz fininha escorrendo anasalada.
.......A mãe se esforçando para tirar a menina do chão, puxando por debaixo dos ombros, se via que era uma realização impossível para a menina: muito lá em cima.
.......- Mas você num sabe!
.......O branquinho dos dentes separados, a a buchecha meleca do nariz:
.......- Eu sabo! - e se ria, toda toda.
- Sim, não?
- Pode sê.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Tarde no trânsito parado
o pequeno joga bola
na rua ao lado

O pequeno (prévia)

Uma pequena prévia do curta "O pequeno" ainda em criação pela Ahoramágica. Um miúdo caminhando e carregando uma pergunta e um cacto. Encontrará a pressa, o medo, a preguiça, o desejo, a vida/morte e uma resposta. Aparecem na prévia o pequeno João, o Paulo Cézinha, Marilda e a Cris em cenas feitas pelo Luis com a colaboração de Danilo Butter. Bola a frente!
Link:
http://www.youtube.com/watch?v=LUj2Ord65zk

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ide sós, li na borra.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

caso a gente se encontre, e tudo aquilo diluido volte com a mesma intensidade, vamos voar à nossa velha cidade?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

domingo, 23 de agosto de 2009

Um teto para meu pais Londrina Pr é possivél?


Eu já estou entrando em contato com a organização no Brasil para ver a possibilidade de organizarmos um mutirão. Conto com todas as pessoas que estiverem interessadas.
Infome-se:
http://www.umtetoparameupais.org.br/
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1608200917.htm
http://www.revistabrasileiros.com.br/secoes/o-lado-b-da-noticia/noticias/810/

Partido Pirata


Os partidos piratas tem crescido no mundo e a repressão já está acontecendo. Temos de nos libertar e lutar para que não haja excessos sobre a nossa liberdade. Temos de nos unir a esta causa nobre.
Esta aqui o convite para participar de uma luta real e virtual.
Informe-se:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Pirata
http://www.partidopirata.org/
http://www.partidopirata.org/wiki/index.php/Campanha_CONTRA_o_Projeto_de_lei_Azeredo/Mercadante_e_do_Minist%C3%A9rio_da_Justi%C3%A7a
http://www.partidopirata.org/wiki/index.php/Carta_de_Direitos_do_Cidad%C3%A3o_na_Internet
http://www.partidopirata.org/wiki/index.php/Projeto_Odereza
http://www.partidopirata.org/wiki/index.php/Projeto_Escola_Pirata
http://www.partidopirata.org/wiki/index.php/Projeto_Odereza
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2308200911.htm
Carta de Direitos do Cidadão na Internet
De Wiki Partido Pirata
Ir para: navegação, pesquisa

A Internet constitui um gigantesco espaço público para a promoção da cidadania, da inclusão social, da difusão da cultura e do controle sobre a gestão pública, contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas. No entanto, suas ferramentas podem ser também utilizadas para monitorar os cidadãos, cercear as liberdades civis e acabar com a privacidade das pessoas. O objetivo desse documento é garantir que a Internet seja um instrumento para a promoção do interesse público, através do fortalecimento da defesa dos direitos humanos, do exercício da democracia, da justiça social, da participação cidadã nos assuntos governamentais e na promoção do acesso ao conhecimento humano acumulado.

Essa carta de direitos se converterá em um projeto de lei.
Liberdade de Expressão

* Cabe ao governo garantir a liberdade de expressão na Internet contra censura, monitoramento ou qualquer forma de assédio. O livre fluxo de informação e a comunicação sigilosa são direitos fundamentais do cidadão que devem ser garantidos contra qualquer forma de intervenção governamental ou de entes privados.
* A rede é inimputável, o combate a ilícitos na rede deve atingir os responsáveis finais e não os meios de acesso e transporte, sempre preservando os princípios maiores de defesa da liberdade, da privacidade e do respeito aos direitos humanos.
* A Internet foi criada para ser uma rede de a) compartilhamento de arquivos, de b) compartilhamento processamento de dados e de c) compartilhamento de banda de transmissão. Qualquer ambiente legal e regulatório estabelecido deve preservar a dinâmica da Internet como espaço de colaboração e compartilhamento.
Privacidade

* Para preservar a integridade de pessoal de jornalistas, ativistas e cidadãos em geral o armazenamento de dados sobre logs dos usuários não deve ser obrigatório.
* Aos provedores de acesso e provedores de serviços e empresas em geral deve ser estabelecido um limite máximo de tempo para descarte de tais dados, não superior a 1 ano. Esse Limite se aplica aos logs de cadastros em sites, informações de consumo, mensagens enviadas, cookies e outros dados que possam ser armazenados, cuja informação deve estar disponível em lugar de fácil visualição no site do responsável.
* O cidadão deve ter direito ao acesso à informação sobre tipos de dados que são armazenados, quer seja por empresas ou por governos, e à exclusão de banco de dados de maneira simples e direta.
* Deve ser sujeita à punição legal:

a) a aquisição dos dados por parte de empresas sem consentimento do cidadão ou de forma obscura, como contratos de serviços onde essa informação não é corretamente expressa ou demasiadamente genéricos ou permissivos;

b) a coleta de dados privados e o monitoramento das atividades dos usuários da Internet sem o conhecimento dos mesmos.

c) Informações sobre usuários que são transmitidas à terceiros, sem o consentimento expresso do usuário.

* Cabe ao governo resguardar a segurança dos dados pessoais dos cidadãos. Deve ser clara a informação sobre quais outros órgãos ou agências governamentais tem acesso aos mesmos dados, com quais propósitos são utilizados e quem são os responsáveis pelos usos dos mesmos. As agências públicas são obrigadas a dar esclarecimento sobre tais informações, ao mesmo tempo que anunciar em local visível em seu site a sua política de privacidade e segurança na guarda dos dados.
Neutralidade da Rede

* A Neutralidade da rede deve ser garantida e defendida. Filtragem ou privilégios de tráfego devem respeitar apenas critérios técnicos e éticos, não sendo admissíveis motivos políticos, comerciais, religiosos, culturais, ou qualquer outra forma de discriminação ou favorecimento.
Acesso à educação e cultura

* É garantido o acesso amigável, sem o objetivo de lucro, a conteúdos culturais e educacionais.
Segurança

* Garantias de segurança mínima: transações online bancárias só terão validade se for adotado um nível de segurança mínimo aos usuários, o que inclui as certificações digitais.
* Qualquer ilícito causado pelo uso da rede, deve ser objeto de procedimento legal através das vias legais. Assim sendo, a quebra do sigilo do cidadão deve ser feita mediante ordem judicial.
Acesso a dados públicos e Transparência governamental

* Deve ser garantido ao cidadão o acesso a banco de dados públicos gerados por governos e outras instituições públicas.
* Direito de acesso a documentos governamentais e realizar trâmites eletrônicos sem necessidade de aquisição/compra de software específico (ou seja, a administração deve usar protocolos abertos, sem priorizar uma empresa)
* O governo devem oferecer sistemas de informação que disponibilizem em acesso aberto (sem necessidade de senhas ou quaisquer restrições de acesso) e acessíveis em qualquer sistema operacional, todos documentos relacionados com a administração pública, salvo aqueles que envolvam riscos à segurança de Estado ou à privacidade de funcionários públicos, mesmo assim, de forma justificada.
Inclusão Digital

* Os governos municipais, estaduais e federal trabalharão gradativamente para que o acesso gratuito à internet em banda larga seja permitido a toda a população brasileira.
* Todo brasileiro tem direito a formas de inclusão para a internet de modo a permitir a expressão de sua identidade cultural, de seu contexto social e de sua autonomia crítica nos meios digitais;
* Todos os serviços de informação e comunicação por parte de governos, agências, autarquias ou outras instituições públicas deverão adotar o software livre e o formato de arquivos abertos na gestão do conteúdo disponibilizado ao público.
Acesso a conteúdos produzidos com públicos

* Os conteúdos culturais, científicos e educacionais financiados com recursos públicos devem ser de livre acesso público, sendo garantido o direito de reprodução sem objetivos comerciais.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

támaluco?

bichinhos virtuais
os homens sumiram
com seus quintais

domingo, 16 de agosto de 2009

2ª Mostra Marília de Cinema


As inscrições para a 2ª Mostra Marília de Cinema, uma realização da Kinoarte com apoio da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, foram prorrogadas para o dia 31 de agosto de 2009. Com apoio institucional da Secretaria de Cultura e Turismo de Marília e do Clube de Cinema de Marília, a 2ª Mostra Marília de Cinema será realizada de 1º a 4 de outubro de 2009 (de quinta a domingo), apresentando aproximadamente 80 filmes brasileiros, distribuídos em sessões competitivas e paralelas, sempre com entrada franca: “Nesse ano queremos contar com sessões exclusivas de produções de Marília, além de uma programação voltada ao público infantil. As sessões com clássicos raros, no entanto, permanecem, e o destaque da Mostra será a Competitiva Nacional de Curtas”, antecipa o mariliense Rodrigo Grota, um dos coordenadores da Mostra.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Eles realmente não ligam pra nós

Nós realmente não deveriamos ligar pra eles!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

hoje inteiro
seja como flor
chego aí, e então

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

- Quer mais uma ve...?
- Zzzz.

sábado, 1 de agosto de 2009

Cão vem são!
Dê, pois que
fica do ente.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

desterritorializando

Beijo por beijo não vale a pena dar
Morte por morte é uma loucura só
Eu e o amigo que se desespera
dentro da cerca da sua prisão
Sabemos, ainda é cedo
pra pisar na lama
e cortar os ferros
que prendem a mão
mas um vôo longo pode ser tentado
Enfrentando balas e outras ações
feitas de encomenda
pra te afastar dos teus
que como mendigos andam sem pátria
Tatuados pelo temor

Beijo Morte Beijo de Pedro Osmar e Jaiel de Assis, cantada por Zé Ramalho.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

PARA ACABAR COM O JULGAMENTO DE DEUS

PARA ACABAR COM O JULGAMENTO DE DEUS
Este texto deve ser lido pensando-se na sua finalidade original: como suporte para uma transmissão radiofônica, uma leitura a quatro vozes entremeada de gritos, uivos, efeitos sonoros com tambores, gongos e xilofone. Talvez seja, de tudo que Artaud produziu, a realização mais próxima da sua concepção de Teatro da Crueldade. O próprio Artaud participou da gravação, dizendo parte dos textos - junto com Roger Blin, Marie Casarès e Paule Thévenin - e cuidando dos efeitos sonoros, com enorme dificuldade, pois mal se sustentava em pé (ele teve que ditar deitado seus últimos textos, Suppôts et Supliciations). Segundo todas as testemunhas e o depoimento daqueles que ouviram a gravação, sua “performance” foi qualquer coisa arrepiante. Na véspera da data marcada para a transmissão - 2 de fevereiro de 1948 - Wladimir Porché, diretor da Radiodifusão Francesa, a proibiu. Fernand Pouey, diretor da programação literária da rádio e responsável pelo programa La Voix des Poètes, demitiu-se imediatamente. Foram feitas duas transmissões em circuito fechado, para intelectuais convidados que pediram sua liberação. O episódio teve uma enorme repercussão, gerando uma polêmica na imprensa: jornais conservadores, tipo Figaro, justificando a proibição; os setores mais avançados, contestando-a.
O texto incluído na presente seleção corresponde ao programa propriamente dito e ao que foi publicado em 1948. Nas edições seguintes são acrescentados um texto sobre O Teatro da Crueldade, além de versões e variantes dos demais trechos, bem como um posfácio, canas e um “dossier” relatando a polêmica e transcrevendo alguns dos artigos. Há também um “Post-Scriptum” que é uma espécie de despedida de Artaud: Quem sou eu? / De onde venho? / Sou Antonin Artaud / e basta eu dizê-lo / como só eu o sei dizer e imediatamente / verão meu corpo atual / voar em pedaços /.e se juntar / sob dez mil aspectos / notórios / um novo corpo / no qual nunca mais /poderão / me esquecer. Este corpo novo e inesquecível é a própria obra de Artaud, já que sua intenção declarada era refazer-se, construir um novo corpo ao escrever sua obra e ao vivê-la de forma tão intensa e radical.
A 25 de fevereiro de 1948 Artaud escreve para Paule Thévenin dizendo. Paule, estou triste e desesperado / meu corpo dói de alto a baixo / tenho a impressão que as pessoas se decepcionaram com a minha transmissão de rádio. / Onde estiver a máquina / estará sempre o abismo e o nada / há uma interposição técnica que deforma e aniquila o que fazemos ... / é por isso que nunca mais mexerei com o rádio / e de agora em diante me dedicarei novamente / ao teatro / tal como o imagino / um teatro de sangue / um teatro em que cada representação terá feito algo / corporalmente / para aqueles que representam e também para aqueles que vêm ver os outros representarem Eu tive uma visão esta tarde - eu vi aqueles que me seguirão e que ainda não estão completamente encarnados porque os porcos, como aquele do restaurante de ontem i noite, comem demais Alguns comem demais - outros, como eu, não conseguem comer sem cuspir. / Todo seu / Antonin Artaud.
Poucos dias depois, a 4 de março, o jardineiro que trazia o café da manhã para Artaud o encontrou morto ao pé da cama.
Para Acabar com o julgamento de Deus
kré Tudo isso deverá puc te
kré ser arranjado puk te
pek muito precisamente li le
kre numa sucessão pec ti le
e fulminante kruk
pte
Fiquei sabendo ontem
(devo estar desatualizado ou então é apenas um boato, uma dessas intrigas divulgadas entre a pia e a privada, quando as refeições ingurgitadas são mais uma vez devidamente expulsas para a latrina)
fiquei sabendo ontem
de uma das mais sensacionais dentre essas práticas das escolas públicas americanas
sem dúvida daquelas responsáveis por esse país considerar-se na vanguarda do progresso.
Parece que, entre os exames e testes requeridos a uma criança que ingressa na escola pública, há o assim chamado teste do líquido seminal ou do esperma,
que consiste em recolher um pouco do esperma da criança recém-chegada para ser colocado numa proveta
e ficar à disposição para experimentos de inseminação artificial que posteriormente venham a ser feitos.
Pois cada vez mais os americanos sentem falta de braços e crianças ou seja, não de operários
mas de soldados
e eles querem a todo custo e por todos os meios possíveis fazer e produzir soldados
com vista a todas as guerras planetárias que poderão travar-se a seguir
e que pretendem demonstrar pela esmagadora virtude da força
a superioridade dos produtos americanos
e dos frutos do suor americano em todos os campos de atividade e
da superioridade do possível dinamismo da força.
Pois é necessário produzir,
é necessário, por todos os meios de atividade humana, substituir a natureza onde esta possa ser substituída,
é necessário abrir mais espaço para a inércia humana,
é necessário ocupar os operários
é necessário criar novos campos de atividade
onde finalmente será instaurado o reino de todos os falsos produtos manufaturados
todos os ignóbeis sucedâneos sintéticos
onde a maravilhosa natureza real não tem mais lugar
cedendo finalmente e vergonhosamente diante dos triunfantes produtos artificiais
onde o esperma de todas as usinas de fecundação artificial
operará milagres na produção de exércitos e navios de guerra.
Não haverá mais frutos, não haverá mais árvores, não haverá
mais plantas, farmacológicas ou não, e conseqüentemente não haverá mais alimentos,
só produtos sintéticos até dizer chega,
entre os vapores,
entre os humores especiais da atmosfera, em eixos especiais de atmosferas extraídas violentamente e sinteticamente da resistência de uma natureza que da guerra só conheceu o medo.
E viva a guerra, não é assim?
Pois é assim - não é? - que os americanos vão se preparando passo a passo para a guerra.
Para defender essa insensata manufatura da concorrência que não pode deixar de aparecer por todos os lados,
é preciso ter soldados, exércitos, aviões, encouraçados,
daí o esperma
no qual os governos americanos tiveram o descaramento de pensar.
Pois temos mais de um inimigo
que nos espreita, meu filho,
a nós, os capitalistas natos
e entre esses inimigos
a Rússia de Stalin
à qual também não faltam homens em armas.
Tudo isso está muito bem
mas eu não sabia que os americanos eram um povo tão belicoso.
Para guerrear é preciso, levar tiros
e embora tenha visto muitos americanos na guerra
eles sempre tiveram enormes exércitos de tanques, aviões, encouraçados, que lhes serviam de escudo.
Vi as máquinas combatendo muito
mas só infinitamente longe
lá atrás
vi os homens que as conduziam.
Diante desse povo que dá de comer aos seus cavalos, gado e burros as últimas toneladas de morfina autêntica que ainda restam, substituindo-a por produtos sintéticos feitos de fumaça,
prefiro o povo que come da própria terra o delírio do qual nasceram,
refiro-me aos Taraumaras
comendo o Peiote rente ao chão
à medida que nasce,
que matam o sol para instaurar o reino da noite negra
e que esmagam a cruz pra que os espaços do espaço nunca mais possam encontrar-se e cruzar-se.
E assim vocês irão ouvir a dança de TUTUGURI.
TUTUGURI
O Rito do Sol Negro
E lá embaixo, no pé da encosta amarga,
cruelmente desesperada do coração,
abre-se o círculo das seis cruzes
bem lá embaixo
como se incrustada na terra amarga,
desincrustada do imundo abraço da mãe
que baba.
A terra do carvão negro
é o único lugar úmido
nessa fenda de rocha.
O Rito é o novo sol passar através de sete pontos antes de explodir no orifício da terra.
Há seis homens,
um para cada sol
e um sétimo homem
que é o sol
cru
vestido de negro e carne viva.
Mas este sétimo homem
é um cavalo,
um cavalo com um homem conduzindo-o.
Mas é o cavalo
que é o sol
e não o homem.
No dilaceramento de um tambor e de uma trombeta longa,
estranha,
os seis homens
que estavam deitados
tombados no rés-do-chão,
brotaram um a um como girassóis,
não sóis
porém solos que giram,
lótus d'água,
e a cada um que brota
corresponde, cada vez mais sombria
e refreada
a batida do tambor
até que de repente chega a galope, a toda velocidade
o último sol,
o primeiro homem,
o cavalo negro com um
homem nu,
absolutamente nu
e virgem
em cima.
Depois de saltar, eles avançam em círculos crescentes
e o cavalo em carne viva empina-se
e corcoveia sem parar
na crista da rocha
até os seis homens
terem cercado
completamente
as seis cruzes.
Ora, o tom maior do Rito é precisamente
A ABOLIÇÃO DA CRUZ
Quando terminam de girar
arrancam
as cruzes do chão
e o homem nu
a cavalo
ergue
uma enorme ferradura
banhada no sangue de uma punhalada.
A BUSCA DA FECALIDADE
Onde cheira a merda
cheira a ser.
O homem podia muito bem não cagar,
não abrir a bolsa anal
mas preferiu cagar
assim como preferiu viver
em vez de aceitar viver morto.
Pois para não fazer cocô
teria que consentir em
não ser,
mas ele não foi capaz de se decidir a perder o ser,
ou seja, a morrer vivo.
Existe no ser
algo particularmente tentador para o homem
algo que vem a ser justamente
O COCÔ
(aqui rugido)
Para existir basta abandonar-se ao ser
mas para viver
é preciso ser alguém
e para ser alguém
é preciso ter um OSSO,
é preciso não ter medo de mostrar o osso
e arriscar-se a perder a carne.
O homem sempre preferiu a carne
à terra dos ossos.
Como só havia terra e madeira de ossos
ele viu-se obrigado a ganhar sua carne,
só havia ferro e fogo
e nenhuma merda
e o homem teve medo de perder a merda
ou antes desejou a merda
e para ela sacrificou o sangue.
Para ter merda,
ou seja, carne
onde só havia sangue
e um terreno baldio de ossos
onde não havia mais nada para ganhar
mas apenas algo para perder, a vida.
o reche modo
to edire
de za
tau dari
do padera coco
Então o homem recuou e fugiu.
E então os animais o devoraram.
Não foi uma violação,
ele prestou-se ao obsceno repasto.
Ele gostou disso
e também aprendeu
a agir como animal
e a comer seu rato
delicadamente.
E de onde vem essa sórdida abjeção?
Do fato de o mundo ainda não estar formado
ou de o homem ter apenas uma vaga idéia do que seja o mundo
querendo conservá-la eternamente?
Deve-se ao fato de o homem
ter um belo dia
detido
idéia do mundo.
Dois caminhos estavam diante dele:
o do infinito de fora,
o do ínfimo de dentro.
E ele escolheu o ínfimo de dentro
onde basta espremer o pâncreas,
a língua,
o ânus
ou a glande.
E deus, o próprio deus espremeu o movimento.
É deus um ser?
Se o for, é merda.
Se não o for,
não é.
Ora, ele não existe
a não ser como vazio que avança com todas as suas formas
cuja mais perfeita imagem
é o avanço de um incalculável número de piolhos.
“O Sr. está louco, Sr. Artaud? E então a missa?”
Eu renego o batismo e a missa.
Não existe ato humano
no plano erótico interno
que seja mais pernicioso que a descida
do pretenso jesus-cristo
nos altares.
Ninguém me acredita
e posso ver o público dando de ombros
mas esse tal cristo é aquele que
diante do percevejo deus
aceitou viver sem corpo
quando uma multidão
descendo da cruz
à qual deus pensou tê-los pregado há muito tempo,
se rebelava
e armada com ferros,
sangue,
fogo e ossos
avançava desafiando o Invisível
para acabar com o JULGAMENTO DE DEUS.
CONCLUSÃO
- E para que serviu essa emissão radiofônica, Sr. Artaud?
- Em primeiro lugar para denunciar um certo número de sujeiras sociais oficialmente sacramentadas e aceitas:
1º essa emissão do esperma infantil doado por crianças para a fecundação artificial de fetos ainda por nascer e que virão ao mundo dentro de um ou mais séculos.
2° para denunciar este mesmo povo americano que ocupou completamente todo o continente dos índios e que faz renascer o imperialismo guerreiro da antiga América, o qual fez com que o povo indígena anterior a Colombo fosse execrado por toda a humanidade precedente.
3° Sr. Artaud, que coisas estranhas o Sr. está dizendo!
4° Sim, estou dizendo coisas estranhas, pois contrariamente ao que todos foram levados a crer, os povos anteriores a Colombo eram estranhamente civilizados e isso pelo fato de conhecerem uma forma de civilização baseada exclusivamente no princípio da crueldade.
5° E o que, exatamente, vem a ser isso de crueldade?
6° Isso eu não sei responder.
7° Crueldade significa extirpar pelo sangue e através do sangue a deus, o acidente bestial da anormalidade humana inconsciente, onde quer que se encontre.
8° O homem, quando não é reprimido, é um animal erótico, há nele um frêmito inspirado, uma espécie de pulsação que produz inumeráveis animais os quais são formas que os antigos povos terrestres universalmente atribuíam a deus.
Daí surgiu o que chamaram de espírito.
Ora, esse espírito originário dos índios americanos reaparece hoje em dia sob aspectos científicos que meramente acentuam seu mórbido poder infeccioso, seu grave estado de vício, um vício no qual pululam doenças
pois, riam-se à vontade,
isso que chamam de micróbios
é deus,
e sabe o que os americanos e os russos usam para fazer seus átomos?
Usam os micróbios de deus.
- O Sr. está louco, Sr. Artaud.
Está delirando.
- Não estou delirando.
Não estou louco.
Afirmo que reinventaram os micróbios para impor uma nova idéia de deus.
Descobriram um novo meio de fazer deus aparecer em toda sua nocividade microbiana:
Inoculando-o no coração
onde é mais querido pelos homens
sob a forma de uma sexualidade doentia
nessa aparência sinistra de crueldade mórbida que ostenta sempre que se compraz em tetanizar e enlouquecer a humanidade como agora.
Ele usa o espírito de pureza de uma consciência que continuou cândida como a minha para asfixiá-la com todas as falsas aparências que espalha universalmente pelos espaços e é por isso que Artaud, o Momo, pode ser confundido com alguém que sofre de alucinações.
- O que o Sr. Artaud quer dizer com isso?
- Quero dizer que descobri a maneira de acabar com esse macaco de uma vez por todas
e já que ninguém acredita mais em deus, todos acreditam cada vez mais no homem.
Assim, agora e preciso emascular o homem.
- Como?
Como assim?
Sob qualquer ângulo o Sr. não passa de um maluco, um doido varrido.
- Colocando-o de novo, pela última vez, na mesa de autópsia para refazer sua anatomia.
O homem é enfermo porque é mal construído.
Temos que nos decidir a desnudá-lo para raspar esse animalúculo que o corrói mortalmente,
deus
e juntamente com deus
os seus órgãos
Se quiserem, podem meter-me numa camisa de força
mas não existe coisa mais inútil que um órgão.
Quando tiverem conseguido um corpo sem órgãos,
então o terão libertado dos seus automatismos
e devolvido sua verdadeira liberdade.
Então poderão ensiná-lo a dançar às avessas
como no delírio dos bailes populares
e esse avesso será
seu verdadeiro lugar.

terça-feira, 14 de julho de 2009

enquanto vivo, sigo seguro do perigo de parar de sentir.

terça-feira, 23 de junho de 2009

"A música derretia o demorado das realidades. Mas dava receio. Assim a música amolecia a sustância de um homem para as lidas, dessorava o rijo de se sobresser. Talvez ela merecesse para se ouvir de noite, em cama deitado - quando as coisas da vida, um pouco da feiúra do corriqueiro, se descascavam, e o pensamento da gente tinha mais licença. Agora, agora, porém, a festa era bobagem: a festa era impossível..."

Guimarães Rosa, em Uma estória de amor.
Afã
nalgum
cós?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Nós não vamos esquecer !






O Governo democrático se dá no sentido de repartir o poder em torno de todos os cidadãos e a democracia representativa(tesouro perdido da revolução) no Brasil tem demonstrado que pessoas como José Sarney (Ex-presidente) que é o parlamentar mais antigo deste país deveriam sim ser punidos com rigor. O fato de ser o parlamentar mais antigo não permitiria a este senhor cometer erros cretinos que cometeu e continuar a permitir que toda esta palhaçada continue. Em reportagem a folha José Sarney (Ex-presidente) que hoje preside o senado brasileiro deu algumas respostas pouco convincentes sobre a postura de um parlamentar que infringe as leis e não é punido. Como um brasileiro recebe um beneficio de 3.500 reais(auxilio moradia) e não sabe que o recebeu por oito meses. Quais outros benefícios o Sr. José Sarney recebe sem saber? O problema não esta na democracia representativa, esta nos representantes.

A forma com que ele conduz as respostas expostas pela folha demonstram um pouco deste homem que não se importa com o que esta acontecendo nos outros gabinetes e pior acha que deve ser “pessoal” o ato de devolver o dinheiro publico. No meu entender nós estamos precisando é de uma limpeza, esta corja toda tem de sair até mesmo para que possamos colocar o Brasil no século XXI. Infelizmente os que estão no poder não querem deixa-lo e este senhor é só mais um daqueles homens violentos que se transformam ao serem contrariados.

Infelizmente ele é o representante de uma população manipulada, pois ele é fruto da mesma aberração que elegeu o nosso outro ex-presidente Fernandinho Collor de Mello no senado. Lembrando que a população do Amapá e de Alagoas que elegeram estes senhores fizeram um enorme desfavor ao país, lembrem-se que vocês deram poder a pessoas que não tem a menor capacidade de exerce-lo. Bom a situação é nacional e não regional já que políticos de todos os estados em todas as instâncias também não deveriam ocupar cargos publico porque respondem a processos na justiça ou até mesmo já foram condenados.

Só vai haver reforma quando a “velha mobília” for colocada no museu. Aqui segue a entrevista

São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

FERNANDO RODRIGUES
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Acuado por uma série de desvios administrativos dentro do Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), 79 anos, afirma que não errou ao indicar parentes para cargos na Casa e que não irá renunciar. Diz, sem citar nomes, suspeitar de sabotagem interna.
Considera necessário mudar regras, mas afirma que erros praticados no passado podem ficar sem punição, pois "cada um deve julgar o que fez de errado e de certo". Inquieto, mexendo os joelhos de maneira intermitente enquanto estava sentado em um sofá em seu gabinete, Sarney afirmou que vai "exercer [o cargo] até o fim".
A onda de escândalos no Congresso, que se intensificou na Legislatura iniciada em fevereiro, atingiu Sarney em cheio nos últimos dias. Rebate todas as acusações. Reafirma não ter percebido que recebia R$ 3.800 de auxílio-moradia por mês. A nomeação de um neto teria sido à sua revelia. Sobre as sobrinhas, considera não haver erro.
Durante 55 minutos de entrevista, o senador maranhense que se elege pelo Amapá tomou apenas meio copo de água. No meio da atual onda de escândalos, relata ter chegado a uma conclusão: "Há uma tendência de buscar democracia direta. Tudo aponta nesse sentido".

FOLHA - Como o sr. avalia a onda de escândalos envolvendo o Senado e o sr.?
JOSÉ SARNEY
- A vida sempre me reservou desafios. A crise da democracia representativa está atingindo todos os Parlamentos no mundo inteiro.

FOLHA - Por culpa de quem?
SARNEY
- A notícia em tempo real transformou o Parlamento, ele fica quase envelhecido. Em face disso há uma divergência de saber quem realmente representa o povo. É a mídia eletrônica, são as ONGs, é a sociedade civil ou os representantes eleitos? Esse é o grande problema que estamos vivendo.

FOLHA - O sr. contratou a Fundação Getúlio Vargas para fazer uma reforma administrativa no Senado. Agora, o sr. também tem aparecido em meio a acusações de comportamento impróprio. O que aconteceu?
SARNEY
- Olha, eu acho que eu tenho um nome que deve ser julgado com respeito pelo país. Eu tenho uma biografia, nunca alguém associou minha vida pública ao nepotismo. Os fatos que colocaram estou mandando examinar. O que estiver errado, se corrija. Se eu tiver algum erro, eu sou o primeiro a corrigir. Mas acho que nunca conduzi de outra maneira que não fosse com correção.

FOLHA - E o caso do seu neto, contratado pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA)?
SARNEY
- Depois de eu ter sido tudo, se eu fosse acusado de ter nomeado um neto era realmente um julgamento que seria injusto. Eu não pedi ao senador. Disse isso e ele confirmou. E, se ele tivesse me consultado, teria sido o primeiro a dizer não.

FOLHA - Quando o sr. soube, qual foi sua reação?
SARNEY
- Ele próprio saiu. Já era um problema a ser administrado pelo Cafeteira. O que a imprensa tem de entender é que aqui dentro do Senado temos 81 repartições. Cada senador é o chefe do seu gabinete. Quem nomeia é ele.

FOLHA - Seu neto saiu por conta do nepotismo, mas entrou no lugar a mãe dele. O sr. soube disso?
SARNEY
- Eu não sou responsável pelo gabinete do Cafeteira.

FOLHA - O que o sr. acha da afirmação do senador Cafeteira de que nomeou seu neto por dever favores a seu filho, Fernando Sarney?
SARNEY
- Você acha que eu, como presidente do Senado, tenho minha biografia, vou discutir uma coisa dessa? Não vou discutir um assunto desse. Minha resposta para vocês é essa.

FOLHA - E os outros casos relacionados ao sr.: duas sobrinhas empregadas em gabinetes de senadores, de Roseana Sarney (PMDB-MA) e de Delcídio Amaral (PT-MS).
SARNEY
- Esse é um caso que está sendo estudado, porque parece que ele foi colocado agora. Eu pedi para ser investigado. Eu acho que há uma certa armação no caso da Roseana, na publicação de que foi ato secreto. Esse problema, que não é meu, a chefe de gabinete dela diz que os dados não conferem. Está sendo analisado.

FOLHA - E do Delcídio?
SARNEY
- Do Delcídio, eu realmente pedi a ele, uma sobrinha da minha mulher, funcionária de carreira do Ministério da Agricultura, mudou-se para Mato Grosso do Sul, pedi que ela fosse requisitada para trabalhar no gabinete dele. Eu acho que não tem nenhum erro em ter feito esse pedido a ele.

FOLHA - Há atos secretos?
SARNEY
- Estou convencido de que há muitas falhas, que pode ter havido não publicações. Vamos examinar.

FOLHA - O ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia disse que os senadores conheciam os atos secretos. É correta a afirmação?
SARNEY
- Eu nunca soube.

FOLHA - Mas o que aconteceu? Os atos não eram públicos...
SARNEY
- Não sei. Isso nós estamos tentando apurar.

FOLHA - Quando Agaciel deixou a direção-geral do Senado, o sr. o saudou pelos serviços prestados. Mantém a mesma opinião sobre ele?
SARNEY
- É um assunto de ordem pessoal, de valor, que acho que não cabe numa entrevista.

FOLHA - Até agora, nenhum congressista foi punido e poucos devolveram dinheiro gasto indevidamente. Isso não produz uma sensação de impunidade?
SARNEY
- A população pode até contestar a validade do Congresso. A democracia não vive sem Parlamento. E Parlamento fraco, desmoralizado, é desejo de segmentos da sociedade.

FOLHA - Esse enfraquecimento não ocorre por causa da resposta tímida dos congressistas? No episódio do auxílio-moradia pago indevidamente, inclusive ao sr., não seria o caso de todos devolverem o dinheiro?
SARNEY
- Nunca tinha recebido auxílio-moradia. Recebi por oito meses. Mandei interromper ao saber. Quanto aos outros, cada um fará o seu julgamento.

FOLHA - O sr. devolveu o dinheiro ao Senado?
SARNEY
- Vou ressarcir. Está em estudo como é que se deve proceder. Isso será um gesto pessoal, meu.

FOLHA - Os outros estão obrigados a devolver o dinheiro?
SARNEY
- Não. Isso é uma decisão pessoal. Acho que é da lei. Eles estão usufruindo benefício que é extensivo ao funcionário público de maneira geral.

FOLHA - O Congresso é o maior responsável pela crise?
SARNEY
- Sim, claro que o Congresso tem responsabilidade. Estamos num período de exaustão do modelo de democracia representativa. Há uma tendência de buscar uma democracia direta. Tudo aponta nesse sentido.

FOLHA - O sr. se arrepende de sua candidatura a presidente do Senado? Pensou em renunciar?
SARNEY
- Não. Minha vida foi sempre feita de desafios. Vou exercer até o fim.

FOLHA - De todos os desvios que estão acusando o sr., qual o sr. considera erro mais grave?
SARNEY
- Não tenho nenhuma responsabilidade sobre o auxílio-moradia. No caso da minha sobrinha, eu estou assumindo. Não cometi erro nenhum. Querer julgar toda a minha vida por eu ter pedido por uma sobrinha de minha mulher, acho extremamente errado, uma injustiça em relação a mim. Eu deveria ser julgado com mais respeito. Sou o parlamentar mais antigo neste país. Estou fazendo um esforço grande na minha idade.

FOLHA - Está sendo sabotado?
SARNEY
- Não descarto essa hipótese. Até porque falam dos atos secretos, mas só aparecem os meus. Não tenho provas.


sábado, 23 de maio de 2009

A volta da guilhotina e o fim da corrupção no Brasil

Eu tenho uma idéia para o fim da corrupção no Brasil! Fim da imunidade parlamentar e pena de morte por envolvimento com desperdício de dinheiro público.
Seria prazeroso ver o corpo de um deputado federal do Brasil esquartejado e exposto em praça pública? Seria interessante que ele fosse guilhotinado e tudo transmitido ao vivo pela Tv câmara que poderia reprisar aos sábados e domingos
? Depois não sei se haveria tantas praças públicas em Brasília para abrigar a exposição de tantos corpos, talvez o exército pudesse levar o corpo de cada deputado para o seu estado, pensando melhor, seria bem mais interessante primeiramente, a exposição na praça dos três poderes , depois na capital do seu Estado e posteriormente uma viagem itinerante pelos municípios que o elegeram.
A indignação é violenta. A revolução é violenta. Eu sou violento. O mundo é violento.

O presente e o ciclo


Concordo com aqueles que dizem que em nossa sociedade as regras mudam,os poderes mudam mas a violência continua. E de certa forma diagnosticar o presente é diagnosticar estas relações que se estabelecem dentro de um presente que vai poder ser reorganizado e interpretado. Lanço esta questão a vocês, qual diagnóstico vocês dariam a nossa presente realidade ?

Quadro Vião Interna , Agonia de Ismael Nery

terça-feira, 5 de maio de 2009

Chapa Sul real: veredas, 9 Mhz, desformadora das três chapas concorrentes ao Diretório dos Estudantes da UEL... estatuto!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Não sabia se estava entrando nas páginas ou se estavamos saindo delas, nem de onde ela surgiu, apenas senti que ali se iniciava um capítulo quando abriu aquele sorriso maiúsculo. Descontruímos e descrevemos desprezando toda passível realidade, imaginamo-nos possíveis naquele parágrafo híbrido que ainda ninguém atreveu-se a por ponto final

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Prante ou colha -
cante ou trave -
a escolha.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ôtra dessa

Em nome
do fraco,
do tímido
e do ímpeto do brando,
fuçem.

Final da cruz

Em nome
do diabolo,
do símbolo
e do mínimo pranto,
amem.

humanismo

"[...] os homens conseguiram [...] com ajuda de uma hábil combinação de ética e genética, criar-se a si mesmos para serem menores. Eles próprios se submeteram à domesticação e puseram em prática sobre si mesmos uma seleção direcionada para produzir uma sociabilidade à maneira de animais domésticos."
"[...] graças a um íntimo entrelaçamento de criação, domesticação e educação, a produção de seres humanos foi até agora empreendida - um empreendimento, é verdade, que soube manter-se em grande parte invisível e que, sob a máscara da escola, visava ao projeto de domesticação."
Peter Sloterdijk em "Regras para o parque humano"

quarta-feira, 25 de março de 2009

E o sol tornou-se da lua apendice
retira do sentimento o apice
no instante do eclipse

domingo, 1 de março de 2009

[...]
- Dize-me se o rio também te comunicou o misterioso fato de que o tempo não existe? - perguntou-lhe Sidarta certa feita.
O rosto de Vasuveda iluminou-se num vasto sorriso.
- Sim, Sidarta - respondeu. - Acho que te referes ao fato de que o rio se encontra ao mesmo tempo em tôda parte, na fonte tanto como na foz, nas cataratas e na balsa, nos estreitos, no mar e na serra, em tôda parte, ao mesmo tempo; de que para êle há apenas o presente, mas nenhuma sombra de passado nem de futuro. Não é isso que queres dizer?
- Isso mesmo - tornou Sidarta. - E quando me veio essa percepção, contemplei a minha vida, e ela também era um rio. [...]

(Hermann Hesse, no capítulo "O balseiro" de "Sidarta")

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Balance no ar
e pouse aqui no chão,
pétala!

contosinhoso 9

- Poço?
- Pode! - ela fechou os olhos preparando para receber um beijo - ...até que enfim!
Ele largou os baldes no chão e não corrigiu o mal entendido.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Com os braços em recolho,
a bruma se vai,
o Sol fez bum!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

COMPLEXO DE ÉPICO

Todo compositor brasileiro
é um complexado.
Por que então esta mania danada,
esta preocupação
de falar tão sério,
de parecer tão sério
de ser tão sério
de sorrir tão sério
de chorar tão sério
de brincar tão sério
de amar tão sério?
Ai, meu Deus do céu,vai ser sério assim no inferno!
Por que então esta metáfora-coringa
chamada "válida",
que não lhe sai da boca,
como se algum pesadelo
estivesse ameaçando
os nossos compassos
com cadeiras de roda, roda, roda, roda?
E por que então esta vontade
de parecer herói
ou professor universitário
(aquela tal classe
que, ou passa a aprender com os alunos
- quer dizer, com a rua -
ou não vai sobreviver)?
Porque a cobra
já começou
a comer a si mesma pela cauda,
sendo ao mesmo tempo
a fome e a comida.

(Tom Zé, Todos os olhos)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

contosinhosos 8

Que porra é essa, Alberto?
- Um livro, Marilda.
- Mas..., a gente junta soando dinheiro pro ovo da páscoa pros meninos e você vem com essa, Alberto, se enxerga.
- Pô, Marilda, mas é o livro do Pedro Bial.
- Que Bial o que, vai já devolver essa coisa e pegar o dinheiro de volta.
Enquanto subia pro sebo:
- Sem poesia a vida não dá.

contosinhosos 7

- Que letra, hein, Jonatãn!
- Pô, professora.
As menininhas riam.
- Letras garrafais, Jonatãn! Capricha menino.
- Garrafais a putaquetepariu. - pensava enquanto ajeitava o lápis na mão.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

contosinhosos 6

Amassou o pernilongo com a ponta do indicador, desenhou um olho fazendo da parede uma tela, do dedo um pincel e a tinta do sangue sugado. Nela tudo acabava em arte, até a morte.

contosinhosos 5

Puxou o menino pro chão pelo agasalho. Com as cabeças bem próximas, os dois se fixaram no seu dedo indicador que apontava pra baixo, quase tocando a grama.
- O céu vem até aqui. - falou.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

contosinhosos 4

- Pai, pedra voa? - olhando pra lua, o menino.
- Não. - mexendo no seu jogo de chave de fendas.

contosinhosos 3

Você tem quatro, seis e sete. Gasta o sete pra impachá: tem de mostrar a maior. Você pede truco pra blefar, ele pede seis de cara, escandaloso..., você mantém a valentia.
- Nove.
Ele desconfia e pede pra abaixar. Você coloca o seis, ele coloca na mesa a dele... toalha vermelha, vinho derramado, tem amendoim ainda... é um cinco.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Yasunari Kawabata


Yasunari Kawabata (Osaka, Honshu, 14 de Junho de 1899 – Zuschi, 16 de Abril de 1972), escritor japonês, foi o primeiro japonês a ser laureado com o Prémio Nobel da Literatura, em 1968.Enquanto criança, Kawabata desejara vir a tornar-se pintor mas optou por tornar-se escritor após publicar alguns contos durante o tempo em que frequentava o liceu. Ainda jovem foi marcado por acontecimentos trágicos ficando órfão com três anos. Perdeu a avó com apenas sete anos, a irmã com nove anos e o avô com catorze.Estudava Literatura na Universidade Imperial de Tóquio quando formou, juntamente com Yokimitsu Riichi, um jornal de letras – Bungei Jidai – que ajudava a promover um novo movimento literário (Shinkankakuha) que, segundo Kawabata e Yokomitsu, tinha como principais preocupações a apresentação de “novas sensações” na literatura.Kawabata começou a ganhar reconhecimento com alguns contos publicados após graduar-se, vindo a ser finalmente aclamado em 1926 com “Izu no Odoriko” (“A Dançarina de Izu”, em Portugal), uma história que explorava o erotismo do amor juvenil.O seu primeiro romance foi Yukiguni (“Terra de Neve” em Portugal), começado em 1934 e publicado gradualmente de 1935 a 1937. “Terra de Neve” é uma história de amor entre um homem diletante da cidade de Tóquio e uma gueixa de uma povoação remota onde este encontra um refúgio do stress da sua vida citadina. Este romance colocou Kawabata imediatamente na posição de um dos escritores japoneses mais importantes e promissores, tornando-se o romance num clássico instantâneo que é, hoje, considerado uma das suas mais importantes obras-primas.Após o final da Segunda Guerra Mundial Kawabata continuou a publicar romances como Senbazuru, Yama no Oto, “A Casa das Belas Adormecidas”, Utsukushisa to Kanashimi to e Koto (“Kyoto” em Portugal). No entanto o romance que Kawabata considerava ser o seu melhor foi Meijin, publicado entre 1951 e 1954.Kawabata foi ainda presidente do Pen Club japonês por muitos anos após a guerra.Apesar de, no seu discurso de aceitação do Prémio Nobel, ter condenado a prática do suicídio, acabou por fazê-lo em 1972, dois anos após o suicídio por seppuku de Yukio Mishima, de quem é considerado mentor.O estilo de escrita de Yasunari Kawabata distingue-se por uma linguagem suave, mais abstracta que descritiva, onde predomina a subjectividade em relação à objectividade, aproximando-se muitas vezes da prosa poética.

Livros de Yasunari Kawabata para downloads:

http://www.esnips.com/doc/68a3bd26-f0fd-4e5c-99eb-b99f83381642/Yasunari-Kawabata---Nuvem-de-passaros-brancos-(doc)-(rev)

contosinhosos 2

De manhã, cabelo amassado. O mijo saiu avermelhado.
- Putz, tô fodido.
Mas não lhe dói nada!...?
- Ah... a beterraba. - lembra.

contosinhosos 1

- João, corre aqui! Corre aqui imediatamente!
O desespero bate, cê larga a louça e a torneira aberta, corre pra acudir, tropeçando nos dois degraus da casa.
- O quê!?!... O quê!?
- Olha que céu mais lindo! - ela fala.
- Pôrra, Marta! - cê fica puto...! Mas não era que o céu tava lindo mesmo!
Urgente!
Gentil gente alfineta,
muro cai.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Há uma polêmica: estão afirmando que é laranja, e o Mi que seria amarelo. Bem... talvez seja um laranja bem claro, diria.

Líder trotskista, carteiro Besancenot funda Partido Anticapitalista na França


Líder trotskista, carteiro Besancenot funda Partido Anticapitalista na França

CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

O NPA, Novo Partido Anticapitalista, estreou ontem na política francesa após a dissolução da LCR (Liga Comunista Revolucionária), movimento trotskista com 40 anos de existência. "Nosso objetivo é mobilizar todas as forças que queiram sair da era do lucro e abrir o caminho para uma sociedade inédita e mais justa", declarou Olivier Besancenot, 34, líder do partido.
Um congresso de três dias em Plaine-Saint-Denis, periferia de Paris, vai lançar as linhas gerais do movimento. De acordo com o NPA, já há 11 mil pedidos de inscrição de militantes de várias tendências na extrema esquerda. A LCR tinha 3.200 filiados.
A proposta do NPA é oferecer uma alternativa à esquerda tradicional francesa, representada principalmente pelo Partido Socialista. Com divisões internas, o PS tem dificuldades de impor uma oposição eficaz ao presidente conservador Nicolas Sarkozy.
As outras formações da esquerda francesa -o PC e o Partido Verde, por exemplo- perdem espaço nas urnas. E o recém-criado Partido de Esquerda tem pouca projeção nacional. "A esquerda institucional não resiste [aos ataques do capitalismo]. Quando ela está no poder, conduz políticas que viram as costas para as aspirações populares", diz o manifesto do partido.
Na eleição presidencial de 2007, a candidata comunista Marie-George Buffet teve apenas 1,93% dos votos. Besancenot, que concorreu à Presidência pela segunda vez, obteve 4,1%. Pesquisas indicam que hoje o potencial de voto em Besancenot é de 15%, mas, quanto à afinidade ideológica dos eleitores com o NPA, o potencial de votos cai para apenas 3%.
Formado em história e ex-carteiro, Besancenot imprime ao seu discurso notas de marxismo e slogans antiglobalização. Ele é presença constante na mídia e em manifestações. A crise econômica aumenta a popularidade do porta-voz do NPA, que defende aumento dos salários, sanções contra empresas que demitem e divisão prioritária dos lucros para os empregados, não os acionistas.
Em entrevista ao "Libération", Besancenot reconheceu que a nova formação tem um forte componente de "utopia". Sobre seu ideal de sociedade ele declarou: "Seria um modelo no qual a maioria decidiria sobre o controle e a apropriação das riquezas. Não falamos apenas de partilhar melhor [as riquezas], mas nos questionamos sobre a questão da propriedade".

http://fr.wikipedia.org/wiki/Olivier_Besancenot

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O Ré é amarelo claro?

Conversão

Estava – aquele sujeito – sujeito, de novo, ao novo. Assobiava um canto no canto da sala de recepção pensando na nova descoberta: “Se estivesse em outro lugar, mesmo tendo a mesma forma, seria outro”. Quando o porteiro – soldado – marcou, correu pro elevador. Entrou no corredor em segundos, andou até o segundo andar e bateu no quarto quarto. Ninguém estava, arrombou e caminhou até a caminha que ainda chamava as piras que alimentara por tantos meses a chama da pira. “O último encontro que tivemos foi o último”, decidiu. Cravou no colchão um cravo e uma rosa rosa-claro onde encontrou um cheiroso bilhete. Não era seu. Leu. No verso dos versos, viu dois nomes: Ligia versus Mauro. Bordados por um coração de caneta vermelha. “Cobra!”
Nunca, ou – sem extremarmos – jamais, no passado ou presente havia pensado em presentear aquela garota com algo tão presencial e marcante. Sempre, por todo o tempo, a cada instante sem exceção, em tudo que fizera, fora amarga sua docilidade. E agora o que lhe restava era a parte não consumida, não a sobra, mas o que desprezaram quando não escolheram depois de cobrado.
Saiu bufando, rasgando a grama alta, o mato. “O mato”. Há horas perdera o almoço, tonteava. Pra subir a pressão, comprou um doce, quando deu com o inapetite: “como como?”. Pensava no primeiro encontro: num ônibus, aquela menininha de sardinhas soando naquela lata de sardinha, de saia, ele saindo da hora do almoço, com a manga toda suja de manga – não poupou nem a polpa – desgrenhado, coçou o papo mal tosquiado, ensaiou e aventurou um papo: “Opa!”, “Oi”, ela respondeu. Jogou o suspiro, suspirou, pediu um suco. No balcão do boteco, uma traça cinzenta traçava um traço torto num guardanapo sujo. Mais devagar no ódio, concluiu que estaria surtando: “Todos são tão sãos e eu despertando um acordo adormecido, enganchado numa coisa que já não existe há quinze anos.” E quando ele se viu, só se viu. Abismo, babou. Bem no meio da afobação arranjou um meio de sair dela:
Nunca contou, a ninguém, que contou a terça parte de sua parede central e lá pregou um terço sem ninguém precisar lhe pregar uma grama. O sol de caminhão, de monte, montado em cima de um monte de montes montados pelos arranha-céus espremidos, se via da sacada. Sacou: a vida, uma arma! E nunca mais orou, nem por dentro nem pra fora.

Se fazem pouco d'eus poraí,
um por encarnação.
E daí fazem pouco d'eu poraí.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Quando encontrares o caminho,
desfaça-o.
Continuarás o caminho, fiapo!

sábado, 17 de janeiro de 2009


Entre duas pontas do meio

há um meio no interior de duas pontas,

se conseguíssemos nos perceber lá,

neste meio há um centro cercado por

dois extremos, e há um ponto bem

no meio deste centro cincundado

por suas bordas.

Dentro deste ponto, são seus limites

que lhe formam a borda, e se

olharmos pra dentro desse ponto, bem no centro

há seu meio, sua borda o rodeia,

e se for possível pular pra dentro deste

centro, não encontraríamos

nem um ponto e nem uma borda que o

formasse, se conseguíssemos nos perceber lá.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Trilha sonora aconselhada a leitura: um zumbido.

Na afobação do bolo quente que acabou de sair do forno, o menino tropeça na tijela de barro largada no chão. O encontro da ponta de seu pé com a massa pesada e o movimento de arqueio de seu tronco pelo reflexo para evitar uma trombada mais intensa lança-o em suspensão, por um leve momento ele flutua, sensação que é potencializada se observada pelo campo de visão do menino tropeção que no momento olha a tijela pesada lá no chão, lá embaixo, enquanto ele está lançado lá em cima.