domingo, 1 de março de 2009

[...]
- Dize-me se o rio também te comunicou o misterioso fato de que o tempo não existe? - perguntou-lhe Sidarta certa feita.
O rosto de Vasuveda iluminou-se num vasto sorriso.
- Sim, Sidarta - respondeu. - Acho que te referes ao fato de que o rio se encontra ao mesmo tempo em tôda parte, na fonte tanto como na foz, nas cataratas e na balsa, nos estreitos, no mar e na serra, em tôda parte, ao mesmo tempo; de que para êle há apenas o presente, mas nenhuma sombra de passado nem de futuro. Não é isso que queres dizer?
- Isso mesmo - tornou Sidarta. - E quando me veio essa percepção, contemplei a minha vida, e ela também era um rio. [...]

(Hermann Hesse, no capítulo "O balseiro" de "Sidarta")

Um comentário:

Jorge disse...

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