sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Esperar até dezembro

Seria melhor não saber que vou ser resgatado em dezembro. Mas agora que sei, meu coração se aperta. Queria ter o sangue frio, não deixar que as emoções tomem conta de mim, mas a lua esta cheia e eu sou a personificação da emoção e do amor.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A pontuação da pontuação


Se coloco uma vírgula aqui, já se dão o direito de respirar e exigir-me que mude o sentido daquilo que estava vindo, quando não esperam habitualmente que eu complemente algo, como acabei de fazer, nas três últimas orações. Isso pra não falar do;, ou seja, o desengonçado “ponto e vírgula”, interrompe abruptamente até a linha de raciocínio. O que não faz um pingo?

Gozado é quando ponho dois pontos:

- O travessão já vem de sopetão, todo autorizado, de narizão reto. Os dois, como se tocassem em seus trompetes agudos uma anunciação de fala igual quando o coelho branco anuncia a rainha de copas ao seu reino, desenrolam um enorme tapete vermelho e... tchã-tchã-tchã-tchã-tchã-tchã-tchãããã:

- Alguém irá falar!

Quem? Ninguém. Era só pra lhe mostrar como é bizarro esse negócio de escrita.

Veja bem o caso do travessão, esse às vezes é um carcereiro. Deixe-o cercar uma palavra como – iogurte – com dois deles que você vai perceber como essa palavra vai parecer completamente deslocada do resto da frase. Olhe só, veja como vigia, quase como duas metralhadoras cuidando de prisioneiros tomando sol. Diferente dos parênteses, que isolam para proteger, como uma mãe (filho), sabe a importância daquilo que carrega.

O oposto são as aspas, essas asas que colocamos nas palavras que a fazem brilhar. A cocaína textual. Não isolam nem exclui. Destaca, realça, mas não sabe brincar e entrega a ironia. Luz acesa no único apartamento acordado do “arranha-céu” na madrugada fria.

E o que dizer da interrogação? Exclamar-se? Perguntar-se! Ah, o que saberíamos sem as dúvidas?

Agora... respirando um pouco as idéias entre estas reticências..., tenho de dizer..., tem um que é arrogante igual um pai cansado e bronco. Shhh... temos de conversar tudo que quisermos antes de ele chegar do serviço (é pingo de i em horário comercial), porque quando ele chega...., virgi, quando ele vem... quando colocamos o.

“Luis”

ela caminha com todos, à todo vapor, no curso natural do rio. eu desobedeço à eles, na margem dele, vendo todos se afogar

domingo, 22 de agosto de 2010

Piam fino, os primeiro pardais,
ela saiu
apressada, com carinho
tomou todo o chá, vejam só!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

curto mais curto

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ela abre os braços e sente todo o calor da plaza colón enquanto por um descuido sente o passado e um sopro frio no peito(e ele?). Ele cruza os braços e treme diante da massa de ar frio, sopra uma saudade em seu peito enquanto o coração acelera (e ela?).

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

manhã pelada
pulsava
a válvula do sol
manhã gelada entre nuvens
o sol manhoso
esquenta quando quer

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

veja que você flui junto,
num é um buraco,
é uma folha no riacho