quinta-feira, 17 de julho de 2008

Aos olhos da maioria isso parece preguiça. As vezes finjo que não, mas escuto vozes, e essas conversas são furadas por risadas cortantes de cinismo, mas não dou a mínima para elas, estão totalmente por fora. A verdade é que sentia formigas, várias correndo pelos meus pés e como não eram acostumados com tamanho quantidade de transeuntes, acabei deixando de senti-los. Elas iam subindo e eu descendo, caindo em areia movediça. O fato é que parei, cruzei os braços ante as costas para contempla-lá, e quando tocamos com os olhos, acabamos por nos tornar vulneráveis. Parei para a imaginação continuar andando, parei para deixar de sentir o tempo rasgar a minha cara, desliguei a moto para sentir novos sons pelo silêncio, e quando achei que tudo aquilo se tornara muito perigoso, a moto não quis mais pegar. Quis descer mas ela estava muito rápida, parecia que estava sendo puxada, magnéticamente pelo tempo, para o encontro. Não queria estar ali, mas fui me deixando ir, como se estivesse longe e não pudesse me assistir e quando vi o maldito, parei de ouvir, tentei parar a moto, o tempo, o maldito e somente o segundo fingiu obediência, fingiu. Mas quem me deveria era o terceiro, pois o pare era pra ele, mas também já não o culpo por nada, sinto um pouco de dor, mas um dia ela cessará, a verdade é que deveria lhe agradecer, pois só ele conseguiu me fazer parar.

Um comentário:

s!nך disse...

Tô gostando dessas suas doideras aí.