quarta-feira, 25 de junho de 2008

Criá um som

Encostado numa parede gelada do norte da cidade, embaixo das cobertas, com os olhos vermelhos e cabeça esvoaçada, tentando se consentrar num texto de um comentador de um conceito importantoso de um, ainda mais importantoso, pensador. Ô karma que não sai. Quero ler o que quero, escrever o que me vem, como vejo ai fora aqui de dentro, mas num pode. Porra de amarras! Se puderem não caiam nessa e nem criem as suas.
Veio-me o "tóin"! Tocar e construir músicas trilhas sonoras de alguma coisa qualquer, trilha sonora de bang-bang, trilha sonora de uma seca, trilha de um desenho animado, trilha para um jogo de xadres, peteca, futebol, trilha de filme japones, trilha de um filme do zé do caixão, rilha para um pássaro cinza, trilha de um cágado roto... a barriga até dói de tanta liberdade e possibilidades, sem amarras! Depois as idéias viajam: agente coloca um quadro, uma praia azulada, um girassol do Van Gogh, um cubista e todos, vendo o quadro, criam a música inspirados na imagem. Agente faria um show, experimental, no palco, instrumentistas dispostos a fluir entre si e as imagens brilhando por cima e pelos lados, ampliadas pelo retroprojetor. Ou não. Ou ficamos num quarto e por mim tá ótimo, desde que não surjam amarras, só propostas pra que coisa voe.
"Urucum já criou asas, nem prum pé de cachoeira ele cumpriu o be-a-bá, de tão alto que tá lá." (o ritmo imaginei meio alceuvalenciano...)

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