quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Escola Nômade
"A Escola Nômade de Filosofia é um movimento de pensamento livre, desvinculado de qualquer institucionalidade, seja de princípio racional, moral ou religioso. É um movimento que apreende o pensar como potência de acontecimento e criação, livre de qualquer fundação pela Forma."
http://www.escolanomade.org/
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
A aula terminou e ele saiu apressado como se quisesse respirar lá fora, água, cigarro, toxinas. Ela permaneceu pra conversar com a professora, data, trabalho, entrega. Ele voltou apé para casa, cantava caetano, baixinho. Ela foi pra casa de carro, escutava beatles, bem baixinho. Depois do jantar ela foi procurar o controle da tv e ele fuçava os bolsos atrás de um isqueiro. Antes de dormir ele deitou-se para ler Caio Fernando e sem saber porque, pensou nela, acendeu um cigarro e ficou fazendo bolinhas de fumaça, acabou dormindo com o cigarro aceso. Ela deitou-se e ligou a tv, sempre dormia assim, hoje porém, sem querer pensou nele, trocou de canal e o programa já havia voltado dos comerciais, acabou dormindo com a tv ligada. Dormindo, longe das distrações urbanas, dos vicíos, um do outro, acabam se encontrando.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
MAYA DEREN - THE MOTHER OF ILUSION

Eleonora Derenkowsky nasceu em 1917, ano da revolução russa, em Kiev, Ucrânia. Sua família emigrou para os Estados Unidos fugindo da ameaça do anti-semitismo, fixando residência em Syracuse, Nova York , quando ela tinha cinco anos de idade. Deren foi jornalista, escritora, ativista social, cineasta, atriz e praticante da religião vodu.
Maya Deren não só dirigiu como atuou em vários de seus filmes. No mesmo ano de 44 realiza At Land ("Na Terra"). Neste filme que subverte a idéia de tempo e espaço, podemos ver a figura de Deren caminhando numa praia e de um instante para outro em um campo, para, em seguida, no mesmo trajeto, aparecer rastejando em cima de uma mesa imensa onde há pessoas formalmente jantando e conversando sem ao menos notá-la (uma crítica à miopia da civilização). Ela parece não se mover, em vez disso o que se move são os lugares. Uma quebra radical com o realismo narrativo. No ano seguinte filma A study in choreography for camera ("Um estudo coreográfico para a câmera") onde o movimento da dança cria uma geografia nunca vista. Com sua Bolex 16 mm Deren explora os movimentos de Talley Beattey. Com a virada do pé do bailarino, numa rotação de 360 graus da câmera, ele pode vislumbrar lugares distantes, o interior de um museu, uma floresta, um pátio. A diretora trabalha com o potencial de transcendência da dança e do ritual, a estilização do movimento confere dimensão ritual ao movimento funcional. Maya Deren é uma pioneira na adaptação da dança para a câmera, fundiu as duas linguagens com extrema inteligência. Seus filmes por vezes lembram verdadeiros balés ritualísticos de imagens oníricas e tempo despedaçado.
domingo, 12 de outubro de 2008
- Amanhã, vai fazer isso ontem?
No que o ontem respondeu:
- Fiz isso amanhã, professor!
- Pois levará um positivo, ontem. Vai, antes é pra agora!
- Antes não, professor, depois.
- Oh, sempre confundo..., o antes é o mais encurvadinho. Não é?
- Quase todos trocam. Liga não!
- Tento. Mas, vâmo que o foi já vai, todos. Até o sinal do final!
- Pô, professor libera aí!?
- Libero não.
Uóóóóó.
Nota: Salmo Mágico, a Resposta & O Fim registram as visões experimentadas depois de tomar Ayahuasca, uma poção espiritual do Amazonas. A mensagem é: Alargar a área da consciência.
- A. G.
Salmo mágico
Porque o mundo está à beira do abismo e "ninguém sabe o que
virá depois
Oh Fantasma que minha mente persegue de ano para ano desce
do céu para esta carne trêmula
colhe meu olho fugitivo no vasto Raio que não conhece limites –
Inseparável - Mestre
Gigante fora do tempo com todas as suas folhas caindo - Gênio
do Universo - Mágico do Nada onde nuvens vermelhas
aparecem -
Indizível Rei das rodovias que se foram - Ininteligível Cavalo
saltando fora do sepulcro - Poente sobre a grande Cordi-
lheira e inseto – Cupim –
Lamentoso - Riso sem boca, Coração que nunca teve carne para
morrer - Promessa que não foi feita - Consolador, cujo
sangue arde em um milhão de animais feridos
Oh Misericórdia, Destruidor do Mundo, Oh Misericórdia, Cria-
dor das Ilusões Acalentadas, Oh Misericórdia, arrulho ca-
cofônico da boca quente, Vem,
invade meu corpo com o sexo de Deus, sufoca minhas narinas
com a infinita carícia da corrupção,
transfigura-me em vermes viscosos de pura transcendência sem-
sorial, ainda estou vivo,
grasna minha voz com o mais feio que a realidade, um tomate
psíquico falando-Te por milhões de bocas,
Alma minha com miríades de línguas, Monstro ou Anjo, Aman-
te que vem foder-me para sempre - véu branco do Polvo
sem Olhos -
Cu do Universo no qual desapareço - Mão Elástica que falou
com Crane - Música que toca na vitrola dos anos vinda
de outro Milênio - Ouvido dos edifícios de NY
Aquilo em que acredito - que vi - procurei incessantemente na
folha cachorro olho - sempre culpa, falta, - o que me faz
pensar -
Desejo que me criou, Desejo que escondo no meu corpo, Desejo
que todo Homem conhece Morte, Desejo ultrapassando o
mundo Babilônico possível
que faz minha carne sacudir-se em orgasmos do Teu Nome que
não conheço nunca conseguirei nunca dizer -
Dizer à Humanidade para dizer que o grande sino toca um tom
dourado nos balcões de ferro em cada milhão de universos,
eu sou Teu profeta volta para casa para este mundo para gritar
um insuportável Nome pelo odioso sexto dos meus 5 sen-
tidos
que conhece Tua mão em seu falo invisível, coberta pelos bulbos
elétricos da morte -
Paz, Solucionador onde embaralho ilusões, vagina de Boca Mole
que entra no meu cérebro por cima, Pomba da Arca com
um ramo de Morte.
Enlouquece-me, Deus estou pronto para a desintegração da
minha mente, desgraça-me no olho da terra,
ataca meu coração cabeludo come meu caralho Invisível coaxar
do sapo da morte salta em núm matilha de pesados cães
salivando luz,
devora meu cérebro fluxo Uno de interminável consciência, te-
nho medo da tua promessa devo fazer que minha oração
grite no medo -
Desce Oh Luz Criador & Devorador da Humanidade, arrebenta o
mundo na sua loucura de bombas e morticínio,
Vulcões de carne sobre Londres, em Paris uma chuva de olhos
caminhões carregados de corações de anjos para lambuzar
as paredes do Kremlin - a caveira de luz para Nova York -
miríade de pés recobertos de jóias nos terraços de Pequim –
véus de gás elétrico baixando sobre a Índia - cidades de
Bactéria invadindo o cérebro - a Alma escapando para as
ondulantes bocas de borracha do Paraíso -
Este é o Grande Chamado, esta é a Toxina da Guerra Eterna,
este é o grito da Mente assassinada na Nebulosa,
este é o Sino Dourado da Igreja que nunca existiu, este é o Bum
no coração do raio do sol, esta é a trombeta do Verme na
Morte,
Apelo do agarrão castrado sem mãos Doação da semente dou-
rada do futuro pelo terremoto & vulcão do mundo -
Sepulta meus pés sob os Andes, esparrama meus miolos sobre a
Esfinge, hasteia núnha barba e cabelo no Empire State
Building,
cobre minha barriga com mãos de musgo, enche meus ouvidos
com teu clarão, cega-me com arco-íris proféticos
Que eu prove finalmente a merda de Ser, que eu toque Teus Ge-
nitais na palmeira,
que o vasto Raio do Futuro entre pela minha boca para fazer
soar Tua Criação Eternamente Não-nascida, Oh beleza
invisível para meu Século!
que minha oração ultrapasse minha compreensão, que eu depo-
site minha vaidade a Teus pés, que eu não mais tema o
Julgamento de Allen neste mundo
nascido em Newark chegado para a Eternidade em Nova York
chorando novamente no Peru pela definitiva Língua para
salmodiar o Indisível,
que eu ultrapasse o desejo de transcendência e entre nas calmas
águas do universo
que eu cavalgue esta onda, não mais eternamente afogado na
torrente da núnha imaginação
que eu não seja assassinado pela minha própria doida magia, cri-
me este a ser punido nos piedosos cárceres da Morte,
homens entendei minha fala fora de seus próprios corações
turcos, ajudem-me os profetas com a Proclamação,
que os Serafms aclamem Teu Nome, Tu subitamente em uma
imensa Boca do Universo fazendo a carne responder.
1960
A resposta
Deus responde com minha condenação!
esta poesia apagada do lenho ardente
minhas mentiras respondidas pelo verme no meu ouvido
minha visão pela mão que cai sobre meus olhos para co-
bri-los
diante da visão do meu
esqueleto
- meu anseio de ser Deus pela trêmula carne barbada do maxilar
que cobre meu crânio como a pele de um monstro
Estômago vomitando a videira da alma, cadáver no
assoalho de uma cabana de bambu, carne do corpo
rastejando
rumo a seu pesadelo do destino que cresce no
meu cérebro
O barulho do estrondo da criação adorando seu Carrasco, o
salto
dos pássaros para o Infinito, latidos como o
som
do vômito no ar, sapos coaxando Morte nas árvores
eu sou um Serafim e não sei se vou para dentro do Vazio
eu sou um homem e não sei se vou para dentro da Morte –
Cristo Cristo pobre desesperançado
alçado à Cruz entre as Dimensões
para ver o Sempre-Incognoscível!
um som de gongo morto treme por toda a minha carne e um
imenso Ser entra no meu
cérebro vindo do longe que vive para sempre
Nada mais além da Presença poderosa demais para registrar!
a Presença
na Morte, diante da qual estou indefeso
transforma-me de Allen em uma caveira
Velho Caolho dos sonhos dos quais não acordo a não ser morto
mãos puxadas para a escuridão por uma horrenda Mão
- cego contorcer-se do verme, cortado - o arado
é o próprio Deus
Que monstruoso baile da escuridão anterior ao universo
volta para visitar-me como um comando cego!
e possa eu apagar esta consciência, fugir de volta
para o amor de Nova York e o farei
Pobre lamentável Cristo com medo da predita Cruz,
. Imortal
Fugir, mas não para sempre - a Presença virá, a hora
chegará, uma estranha verdade penetra o universo, a morte
mostra seu Ser como &fites
e eu me desesperarei por ter esquecido! esquecido! a volta
ao meu destino,
para morrer disso -
O que é sagrado quando a Coisa é todo o universo?
rasteja em cada alma como um órgão de vampiro
cantando
atrás das nuvens iluminadas pela lua -
pobre criatura vem agachada
sob as estrelas barbudas num campo negro no Peru
para depositar minha carga - morrerei de horror de
morrer!
Nem diques nem pirâmides, mas a morte, e devemos nos prepa-
rar para essa
nudez, pobres ossos sugados até ressecarem por Sua
longa boca
de formigas e vento, & nossas almas assassinadas
para preparar Sua Perfeição!
O momento chegou, Ele fez Sua vontade ser revelada para
sempre
e nenhuma fuga para o velho Ser além das estrelas não irá
chegar ao mesmo escuro porto oscilante
de insuportável música
Nenhum refúgio no Eu, que está em chamas
nem no Mundo que também é Seu para ser
bombardeado & Devorado!
Reconhece Seu poder! Larga
minhas mãos - minha atemorizada caveira
- pois eu havia escolhido a auto-estima
meus olhos, meu nariz, minha cara, meu caralho,
minha alma - e agora
o Destiuidor sem cara!
Um bilhão de portas para o mesmo novo ser!
O universo vira-se pelo avesso para devorar-me!
e a poderosa irrupção de. música sai para fora da porta desu-
mana –
1960
O fim
Eu sou Eu, velho Pai Olho de Peixe que procriou o oceano, o
verme no meu próprio ouvido, a serpente enrolada na
árvore,
Sento-me na mente do carvalho e me oculto na rosa, sei se al-
guém desperta, ninguém a não ser minha morte,
vinde a mim corpos, vinde a mim profecias, vinde a mim agou
ros, vinde espíritos e visões,
Eu recebo tudo, morro de câncer, entro no caixão para sempre,
fecho meu olho, desapareço,
caio sobre mim mesmo na neve de inverno, rolo numa grande
roda pela chuva, observo a convulsão dos que fodem,
carros guincham, fúrias gemem sua música de fagote, memória
apagando-se no cérebro, homens imitando eles,
gozo no ventre de uma mulher, a juventude estendendo seus
seios e coxas para o sexo, o caralho pulando para dentro
derramando sua semente nos lábios de Yin, feras dançam no
Sião, cantam ópera em Moscou,
meus garotos excitados ao crepúsculo nas varandas, chego a
Nova York, toco meu jazz num Clavicêmbalo de Chicago,
Amor que me engendrou retorno a minha Origem sem nada per-
der, flutuo sobre o vomitório.
empolgado por minha imortalidade, empolgado por essa infini-
tude na qual aposto e a qual enterro,
vem Poeta, cala-te, come minha palavra e prova minha boca no
teu ouvido.
NY, 1960
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Carta
Mario Quintana
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Seu foco inicial, e hoje em dia central, é garantir o acesso gratuito às obras cinematográficas de qualquer formato, postura ou tamanho, desde que decidida a importância de sua exibição pelo grupo. A HORA MÁGICA favorece o encontro de desejos, a troca de saberes e a retirada do acervo privado empoeirado na estante para ser posto em circulação.
Parte desse grupo anda confeccionando curtas metragens e vídeos experimentais, indo por caminhos que demonstram as possibilidades de criação, desmentindo a retórica frustrada por impeditivos financeiros e burocráticos.
Isso não quer dizer que não queremos asas maiores. Pra esse semestre já queremos realizar mostras de filmes e imagens (na Uel, no DCE do centro, na Casa do Estudante, nos festejos...) finalizar alguns curtas, iniciar outros, ampliar o acervo da videoteca da Uel incentivando doações, arrumar recursos pra expandir nossos equipamentos, incentivar a pirataria, ajudar a oxigenar as cabeças do movimento estudantil e de outros movimentos e, também, dos anti-movimentos, confeccionar documentários, construir grupos de discussão, estudar a criação de um curso de cinema na Uel, esfrangalhar esse reitor e acabar com a auto-destruição e a falta chiste no mundo.
Sei lá! Até agora lembro disso. Mas pode aparecer mais, ou esses objetivos mudarem.
Erga-nos: ahoramagica@yahoo.com.br
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Retalho de uma carta de Caio Fernando Abreu a um amigo
Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud.
É esse tipo de criador que você quer ser? Então entregue-se e pague o preço do pato. Que, freqüentemente, é muito caro. Ou você quer fazer uma coisa bem-feitinha pra ser lançada com salgadinhos e uísque suspeito numa tarde amena na CultUra, com todo mundo conhecido fazendo a maior festa? Eu acho que não. Eu conheci / conheço muita gente assim. E não dou um tostão por eles todos. A você eu amo. Raramente me engano.
Zézim, remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente.
E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente.
Ou então vá fazer análise. Falo sério. Ou natação. Ou dança moderna. Ou macrobiótica radical. Qualquer coisa que te cuide da cabeça ou/ e do corpo e, ao mesmo tempo, te distraia dessa obsessão. Até que ela se resolva, no braço ou por si mesma, não importa. Só não quero te ver assim engasgado, meu amigo querido.
sábado, 6 de setembro de 2008
Maconha atua contra bactérias resistentes
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BIOQUÍMICA
Maconha atua contra bactérias resistentes
DO "NEW YORK TIMES"
Pesquisadores da Itália e do Reino Unido demonstraram que o princípio ativo da maconha, o THC, pode ter uma importante atividade antibacteriana. Isso é válido inclusive para micróbios bastante resistentes a drogas, como o Staphylococcus aureus.
A pesquisa publicada no periódico científico "The Journal of Natural Products" investigou o comportamento dos cinco tipos de canabinóide mais comuns. Os cientistas sugerem que outras substâncias presentes na maconha e que não têm efeito psicotrópico também possam ser eficazes contra as bactérias.
O estudo não conseguiu identificar exatamente como o THC atua. Apesar de antibióticos com essas substâncias ainda estarem distantes, elas poderão ser usadas em breve na proteção da pele, diz a pesquisa.
sábado, 30 de agosto de 2008
A barca tem uma comunidade no orkut lá....
A hora mágica também... nosso cine club de carne e osso.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Virtude Rasta - Curitiba-Pr

Esta é a banda do nsso saudos Brunão ela é composta por Vocais: Bruno Rocha Guitarra Base: Tiago Henrique GUitarra Solo: Fellipe da Luz Contrabaixo:Robinson Chagas Percussão :Zéh Bateria:Rafael Garcia suas Influências são: The Waillers, Robert Nesta, Marley, leões de Israel, Mato Seco, Ponto de Equilibrio, Bunny Toots Third World Groundation e Peter Tosh. Enquanto o show não rola aqui em Londrina da pra conferir o Reggae Raiz da rapaziada no http://www.myspace.com/virtuderasta.
Vibrações positivas pra banda.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Beethoven, eternamente
- Eis o cordão umbilical de um gênio...! – segurando o pote de vidro.
- Oh! Que coisa grotesca! – por entre o lenço tirado do bolso: ânsia.
- ... Fita morta, culpada das acusações sofridas pelo seu sombrio e zeloso guardião: Necrófilo! Cotólatra! Doente! Holfw Van Beethoven, tio de Ludwig, era, na verdade, um fascinado, por música, beterrabas e pelas pirâmides dos faraós. Esta última monomania levara-o a embalsamar mais de quinze placentas de amigos e parentes recém nascidos, entre elas a de Ludwig. Guardava-as num sigiloso sótão, num armário que só abrira as portas para que seu filho conhecesse o – até então – inútil e, no entanto, impecável tesouro de órgãos cadáveres. Talvez pelo delicioso sabor discreto do mistério, o armário úmido transformou-se em tradição familiar, e perdurou entre as gerações, até nossos dias, como se o aroma retardador da podridão vindo dos órgãos banhados em formol acabasse por impregnar também as madeiras do velho armário e a responsabilidade do segredo herdado. Vejam como um hábito doentio acabou por legar uma magnífica matéria prima aos artífices da ciência do século XXI. Notem como o insano atingiu seus objetivos de forma tão bem acabada através de Holfw a ponto deste utilizar-se de técnicas inteiramente racionais para efetivar seus desejos desvairados. Notem, vocês, agora, como a desrazão utilizando-se da razão provou-nos ser, também, razão ao nos legar a possibilidade de presenciarmos, com todos o seu brilho e nuance, a alma do maior gênio da música...!
- Oh! Que gesto!
- ... Com os olhos atentos, nossos grandes aparelhos de armazenamento de memória e ouvidos desajeitados, acostumados as atonalidades mais tortas e aos cromatismos mais encaixados, poderiam agora se prostrar, oferecer-se, humildemente, com a maior de suas capacidades, prontos a captar e aprender, pois estariam diante de um verdadeiro mestre, algo escasso nas últimas gerações. O solo secou a muito, esquecemos como cultivá-lo e as pétalas do artista, do novo, da poesia não mais desabrocham, a flor atrofiou. E sem ela, percebemos agora, tudo não serviu pra nada. Querem mais justificativas éticas do que esta? Felizmente..., repito, havia nos sobrado a fria e, cada vez mais, grandiosa ciência. Poderíamos, enfim, voltar a aprender como criar e, financiados pela A. C. C. ...diga-se de passagem..., recriamos nosso mestre através de um broto embalsamado que velava um patrimônio genético florescido na época em que o homem ainda possuía a verdadeira riqueza criativa de sonhar: o fogo do novo! Não podemos nos esquecer de mencionar a invenção surgida dos laboratórios iranianos: os espermatozóides de silício, sem os quais também não seria possível tal feito. Ludwig Van Beethoven está novamente entre nós para quebrar esta corrente que nos aprisiona no senso-comum! Só não sabemos onde.
Sentado, de braços cruzados, na última fila, na cadeira mais próxima da porta de saída, estava Bernardo. Meneava a cabeça, como se todo aquele discurso fosse absurdo. Ria-se quando pensava em sua grande ironia: estar ali. Entre o cabelo raspado, profundos vincos no rosto e a barba a muito esquecida, mantinha um nariz redondo e um olhar de ferro que agora parecia mirar para além das paredes do anfiteatro, tal a centralidade de sua atenção. Há vinte e oito dias procurava se manter em lugares quase invisíveis, porém estratégicos como este, se afastando arredio do convívio e das apresentações em público. Já o chamaram de misantropo, taciturno, calado, na dele, sereno, recluso, fantasma, segundo plano, espectador da vida, sombrio, silencioso como um gato, abatido, trancado, nas nuvens, solitário, fechado, obscuro, apagadinho, indistinto, sossegado, misterioso, lunático, quieto, silente, melancólico, soturno, lúgubre, fúnebre, insociável, sonhador, de canto, enigmático, nebuloso, nubiloso, recolhido, torto, bicudo, sisudo, reservado, calmo, tímido, parado, morgado, discreto. Tudo isso em menos de um mês. Acontece que variava por todos estes e muito escutava. Não entendia porque tagarelavam tanto, por isso não o fazia. Além, é claro, da discrição indispensável, pois sabia que era procurado, caçado tal como aquele cão que não aceitara a vida doméstica e, deixando de comer para emagrecer, escapara pulando por entre as grades do portão. Procuraram, até com retrato no jornal, mas nunca mais foi visto.
Queria ouvir a divulgação de sua fuga, após quase um mês de investigações secretas, ao mundo. Fazia um esforço terrível, pois já percebia a chegada inevitável do brumoso silêncio que cobriria seus ouvidos pelo resto da vida.
Procurou as horas. Estava atrasado, como de costume. Pegou a maleta e saiu, murmurando licença mal humorada. Rangeu. Depois de xingar a falta de óleo das dobradiças e um provável culpado pela falta, correu em direção ao estacionamento ajeitando a gravata. Se não estivesse engarrafada a avenida, chegaria em treze, entraria no banco com dívida de sete, quatorze, sobe um, doze.... Até arrumar o caixa, baixar as notas e conversar um assunto inadiável com o outro caixa, já se passariam mais uns vinte. Nada muito comprometedor, acabou por aceitar levar um prejuízo de duzentos pacotes por causa de um erro – qual nem havia sido o arquiteto, mestre-de-obras e, muito menos, pedreiro ou ajudante, só culpado – e cancelar a tal conversa inadiável, assim diminuía o atraso. Pagava para não ter de ouvir os chiados do subgerente da sessão, de quem dizia que, obviamente, não tinha nada a dizer.
No meio do expediente já havia re-roído todas as cutículas, seu corpo se retorcia no balcão, torto.
- Porque, quando somos crianças, as possibilidades da vida se demonstram, no mínimo, imensas? Podemos querer ser astronauta ou, até, jogador de futebol, presidente ou skatista profissional, de bombeiro a atiçador de fogo. Depois vamos crescendo e a vida vai se afunilando, até chegar o ponto em que nos vemos preparando nosso currículo para entrarmos numa fila que quebra a esquina, ainda sem nem o sol ter nascido, para então implorarmos por uma vaga na burocracia de uma enorme e pesada instituição... As pernas, quando pisam no chão, diminuem muito, os seus passos são pequenos e chega-se até a admirar, invejando, que alguém possa ter o privilégio de escolher entre encarregado da sessão de não-alimentos ou secretário-recepcionista. – pensava, enquanto sorria.
Após nove horas resolvendo complicações financeiras dos clientes do Banco Socrop e mais uma no engarrafamento da volta, Bernardo se jogou no colchão improvisado no chão do quarto alugado tentando acertar a respiração e calar a mente inquieta.
- Como até as minhas vontades ganharam roupagens diferentes desde de que escapuli. Antes acordava arrependido de o ter feito, abria os olhos e já me vinha um “por que todo dia tenho que acordar, por que todo dia, todo dia tenho de viver?” ou “não posso hoje morrer e amanhã vejo se vivo um tanto?”. Vivo agora para recolher material para meus sonhos. Noto o cansaço vindo. Os olhos pesados. O amolecimento. A poesia brilha em cada canto inusitado! Sólida como uma pêra, líquida como uma lágrima, gasosa como um reflexo fosco. A cada nova linha lida, a cada tombo de criança, a cada olhar perdido de mulher no ônibus, um despertar de uma revolta, uma letra triste contrastando com a música alegre, me carregam os ombros. Os arrasto e pesadamente os solto, sem medo do tombo, no colchão deixo os sonhos saírem de suas tocas, de início arredios, depois abafadores, entram roendo aquilo que a lucidez se esquecera de carregar em sua saída às pressas. Acordado, volto à labuta, fuçando com o olhar, procurando aquilo que me faça dormir, sempre com a dúvida: do que me meus sonhos gostam? Será que vão gostar disso aqui? Ai! E esse zumbido barulhento! Não é alimento nem para os meus pesadelos.
Estourou a barriga de um pernilongo – madrugada quente – na parede, usando a ponta do indicador. A mancha de sangue que grudara no dedo mostrou que o mosquito, astuto, no auge da loucura, já havia se antecipado. Achou um pedaço de pano, mas preferiu se limpar esmigalhando-o na parede: desenhou, usando do sangue como tinta e do assassino como pincel, fez um olho. Já, nele, tudo terminava em arte, até a morte, sem nem notar. Só conseguiu enfim desligar-se após passar as mãos nas cordas do violão recostado na parede, empoeirado.
- Mi..., lá..., ré..., sol..., si..., mi... – soltou as cordas enferrujadas.
“Amanhã tenho que acertar a luz”, foi seu último pensamento consciente e adormeceu, tranqüilo, eternamente, o mosquito.
*
De manhã, enquanto mastigava de boca aberta, passando a manteiga na bolacha.
- O afamado clone de Ludwig Van Beethoven foi encontrado nesta tarde pela guarda costeira americana. O fugitivo dirigia-se ao estado de Uzkhuklan, México. Perguntado sobre os motivos da fuga, o homem que carrega o peso dos genes do maior gênio da história da música erudita gritou simplesmente: “eu não sou um experimento!”. A polícia encaminhou o prisioneiro ao oitavo distrito californiano onde foi feita a confirmação genética. Seria o momento de botar numa balança todos feitos e objetivos da ciência de nosso tempo!?!... É o que nos responderá o médico Filipis Morins, no próximo bloco.
Desligou o televisor com os olhos aturdidos. A fisionomia do fugitivo na reportagem não negava uma estreita semelhança com o original Beethoven. O olhar duro, atento, o nariz arredondado, os cachos grisalhos nas têmporas! Usava até uma casaca alemã do século XIX.
- Assim estava praticamente se entregando. – pensou consigo, Bernardo.
Procurou o cartão, foi até o orelhão e discou o número do psicólogo. Hoje não iria trabalhar, a situação se complicara.
-Afinal, quem sou eu? - ...! - não sou fraco, mas tenho fracos. Tenho de ter mais fortes. Você está me entendendo? Você já me entendeu algum dia!?! Acreditei realmente, doutor. Eu, que só queria a ignorância de não saber quem eu sou. Por um mês andei pelos cantos na tentativa de passar despercebido, deixei a barba crescer, raspei a cabeça pra parecer o menos possível com o tal e olhe que eu nem o conhecia, nunca o tinha ouvido, até um tempo atrás, quando me deram um disco e pediram para que eu escutasse em segredo. Gostei tanto delas que queria ser o seu autor, ficava indignado por não ter sido o homem que havia concebido aquelas grandiosidades antes. É muita prepotência... Seria caso de esquizofrenia?!
- Hmmn...? Ah! Olhe..., mmm..., talvez você tenha percebido, Bernardo, que a vida só é devidamente degustada quando criamos. Quando aprendemos a focar tudo aquilo que conseguimos deter, dessa imensidão que a vida nos oferece, numa nova contribuição para a eterna criação do original, do inédito, do novo. É difícil vislumbrar uma idéia, aliás é a coisa mais difícil que já tive a oportunidade de realizar. Fácil é ruminar pensamentos já antigos, repetir o já posto. Como sempre digo.
- É... tentei compor, arrisquei escrever alguma coisa, mas não parecia ser quem eu era.
- Sempre acharemos que nossas criações são ruins, não complautênticas, se elas não forem realmente algo novo. Beethoven, talvez tenha sido a máscara que encobriu este vácuo de criações, tão constante hoje em dia.
Cismou calado, mão no queixo e bico oblíquo. O médico parecia querer deixar o silêncio formar dois monólogos absortos, calados.
- Deixe para a próxima. Acabou nosso tempo, pense nisso em outro lugar.
- Até, doutor.
Levantaram-se das cadeiras.
- Ôxi!
- Quê?
- Din-din.
- Ah! Cartão?
- Qual?
- Socrop.
- Ô.
Lá fora esperavam-no um camburão, oito policiais, o representante do Conselho Nacional de Bioética, o acionista majoritário da Advanced Cell Corporation, o representante do CIBE (Conselho Internacional de Bioética), um helicóptero, sua filha, os representantes de quatro telejornais, quinze de jornal impresso, dois de rádio, um de um ou blog ou flog, bop, cia, além de trinta e seis curiosos que completavam a horda de cidadãos guardiões.
Lá dentro, o psicólogo olhava para a porta lhe chamando de traste.
- No entanto, nunca seus bolsos estiveram tão cheios! – bradava a porta.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
As montanhas no Espirito Santo já são intimidadoras, despontam pra todo lado, uma mais pontiaguda que a outra, todas escondem uma cachoeira, e por todo lado existe a plantação de eucalipito da Aracruz, destruindo tudo por onde chega, mas ainda tem muita mata virgem. Tudo é meio místico, azulado, roxiado, impenetrável.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
terça-feira, 8 de julho de 2008
espinha torta
Seus olhos brilham diante dela
penso nela enquanto espremo, escrevo
e imploro a deliciosa dor da sua ausência
Queria saber porque veio
Se não há dança diante dele
não penso nela, nem durmo, nem beijo
e choro a deliciosa dor de sua presença
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Decomposição
nestes momentos poucos
ecoando gritos roucos
em noites vazias
E um peito destroçado
neste breve tempo desfeito
um corpo caído ao leito
de momentos quebrados
Um passado flutuante
de lembranças ébrias
e recordações funérias
perdido em braços de amantes
E segue a desilusão
já sentidno os efeitos
de dias 'putrefeitos'
de uma vida em decomposição
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Criá um som
sexta-feira, 6 de junho de 2008
O Homem Ordinario
quinta-feira, 5 de junho de 2008
terça-feira, 20 de maio de 2008
O garoto de olhar diagonal
segunda-feira, 19 de maio de 2008
diário das filmagens
filmamos a cena em que o pequeno encontra a pressa, com muita pressa. intão tá.
a cena com os gêmeos fizemos, parte dela ficaram lindas. as fotografias estão sendo bem definidas, pausamente criadas, lentamente observadas, o processo teve de se assumir mais lento. o que é arte, não é? com olhos por cima do ombro no "vai vai que preciso almoçar", num sai.
único problema foi com o cancelamento do apoio dos transportes na uel, apoio de urubu num quero mesmo. "brigar agora, luis. ficava quéto, menino!" É..., agora já foi e se num tivesse ido teria sido de novo, em outro momento.
mas, olha, como disse a Elis, num é que tá indo mesmo, tá saindo do universo mental seu e tá ganhando corpo. E que corpo! Parece Wim Wenders segurado pelas pernas pelo Zé do Caixão. Tudo meio bronze. Até agora.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Joyce na lata-de-sardinha
terça-feira, 13 de maio de 2008
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Lia de Itamaracá não conta no PIB
O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu mais de 5% em 2007 e este foi motivo para celebrações vindas de todos os lados. Tal avanço econômico, somado a números bastante positivos no mercado de trabalho e investimentos em capital fixo, que aumentam a capacidade produtiva do país, também suscita certa onda de comemorações entusiasmadas ou comedidas. Contudo, o discurso comum só se torna possível porque enxerga crescimento econômico como equivalente ao aumento da riqueza da sociedade.
De fato, os números da economia brasileira para o ano passado aparentam ser encantadores. Entretanto, encantadora de verdade foi a presença de Lia de Itamaracá nas dependências do Sesc Pompéia, em São Paulo, um dia após a divulgação dos números da economia brasileira pelo IBGE. Uma mulher enorme, com cabelos longos, trançados orgulhosamente em estilo afro. Nossa mama África, nobremente vestida sob um longo vestido colorido; rainha majestosa, senhora de sua raça, um pouco - muito de seu povo e de sua cultura.
Nessa noite, ninguém parecia estar muito interessado com o “fantástico” resultado do PIB. Apenas esperavam Lia ocupar o palco, entoando as cirandas repletas da alma de sua gente. Entrou com andar calmo, nem muito lento, mas também sem arrastar chinela. Deu seu primeiro boa noite, com sorriso do tamanho de sua arte. Sendo a primeira resposta do público, que a essa altura já havia se levantado e tomado o salão da choperia, sonoramente tímida, ela repetiu a saudação alongando-a e elevando o volume da voz: boooa noooite, São Paulo! Dessa vez, a platéia correspondeu à altura e os primeiros batuques de ciranda puderam começar.
A força da música de Lia é inquestionável. O que se tem colocado cada vez mais em questão é validade da utilização do PIB como método de avaliação de progresso social ou baliza para se chegar à soma das riquezas geradas no país durante todo o ano. Aliás, estas definições freqüentemente utilizadas por governos, empresários, banqueiros etc., não são neutras. Deixam ocultas, sob um véu de vibração sóbria, típica dos economistas, as anomalias causadas por um tipo de crescimento que não respeita os limites dos recursos naturais, é agressivo à diversidade e acentua grandemente as exclusões sociais. De acordo com relatório da Organização do Comércio e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o PIB é um ícone de controvérsia estatística, porque “mede renda, mas não igualdade, mede crescimento, mas não destruição e ignora valores tais como coesão social e o meio ambiente”
Ao tomar o PIB como paradigma, ficamos órfãos de indicadores que apontem os caminhos para evitar a autodestruição ou que mostrem o prazer, a satisfação e o bem estar
Marcos Aurélio Souza (30/04/2008)
retirado do site do Le Monde - http://diplo.uol.com.br/2008-04,a2374
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Chodorovinsky
retirado de "www.musicamaldita/institutominimas.pt"
domingo, 4 de maio de 2008
O pequeno
MOTORISTA E O PEQUENO
Um carro velho quebra numa estrada, depois de chutar e xingar o carro, o motorista pensa em pedir ajuda. Olha para todos os lados: imensidão de plantação de trigo. Tenta o celular: fora de área. Abre o capô. Já está anoitecendo. Adormece no banco de trás. Acorda com o pequeno batendo no vidro com as pontas dos dedos.
ENCONTRO COM A VIDA/MORTE
Lá dos confins do horizonte, o pequeno avista uma figura de roupas esvoaçantes caminhando, soberba, em sua direção. Corre ansioso até ela. Seu rosto parece partido: metade transparece uma coisa e metade esconde outra coisa.
Avista uma árvore - uma ilha em meio a um descampado. Na sua sombra está sentada uma mulher de cabelos mal amarrados, usa uma camisa de um verde apagado com mangas maiores que o exigido pelos braços. Fuma um cigarro. Envolta de seu pescoço há uma corda que está amarrada no galho que faz a sombra. Sua muito, funga o nariz.
ENCONTRO COM OS GÊMEOS
Num descampado arenoso o pequeno encontra uma casa, muito suja e velha, com janelas de madeira roída. Se aproxima a passos ressabiados, se escondendo atrás de árvores desfolhadas. Ouvem-se sussurros lá dentro, mas ninguém sai. O pequeno percebe que é observado pela fresta da janela.
ENCONTRO COM O DESEJO
Em cima do poste está agarrado um homem narigudo, cabelos longos, barba, magro, de chapéu e roupas escuras. Brinca, com um espelho, com o reflexo do sol. Sua fala soa com indiferença, mas seu olhar é firme e interessado.
ENCONTRO COM O VELHO RARO
Já está muito próximo de anoitecer. Em outro descampado o pequeno percebe uma casa, esta parece mais viva. Sentado, tranqüilo e desatento, na varanda, um homem muito baixo, cabelos longos, com feições élficas, corta com uma lâmina o fumo-de-corda. O pequeno se aproxima, muito seguro, com as palavras já escolhidas.
AMANHECE
Amanhece sozinho na casa, o pequeno. Sai esfregando os olhos. Nos fundos, encontra o élfico cuidando de um vaso. Percebe seu cacto tomando sol. O homem vai até ele e recolhe algumas sementes da flor e as colocam na terra do vaso que estava preparando. O garoto olha tudo como se não estivesse ali. O velho surge – assusta o pequeno pela aparição repentina – segurando um copo d’água. No vaso, joga cuidadosamente a água, só então se dirige ao pequeno:
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Aos 102 anos morre Albert Hofmann

Aldouls Huxley como comenta Manuel da Costa Pinto alertava para o uso de substãncias que alteram nossas percepção para que posssamos alargar as nossas conciências. A sintetização do LSD por Hofmann levou muitas pessoas a este estado, mas também levou muitas outras a adesão de paraísos artificiais, uma busca incessante de prazeres e de alienação. Hoje o LSD é uma droga proibida. E agora mais do que nunca a alienação em relação ao LSD aumentou mais do que quando foi usado exacerbadamente pelos "hippies" da década de 60. Hofmann disse sobre o LSD: "Trata-se de um produto muito especial que atua na consciência, que é, afinal de contas, o que nos distingue dos animais", afirmou o químico, acrescentando que sob os efeitos do LSD, "vemos, ouvimos e sentimos de forma diferente e intensa, mesmo com uma dose ínfima".(retirado da FSP.) A utiliação do LSD para fins de alargamento da consciência e mudança das percepções deveria ser legalizado pela legislação brasileira, para que aqueles que desejam ter este tipo de experiência tenham consciência de que a substância que estão ingerindo é realmente o LSD, pois procurar este tipo de experiência hoje, lava as pessoas a ingerir substâncias que elas não sabem e que pode desta forma desautorizada levar mais jovens a morte como tem acontecido.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u397076.shtml