quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Estavamos tão juntos que tudo parecia um sonho, e como nos sonhos parecia que o envolta não existia, ou precisava ser desvendado, des-matado, nascido! mas ninguem quiz sair dali. Não falavamos muito, pra quê? trocavamos à bessa. Você sem aqueles óculos sorria mais, como se o brilho dos olhos provocasse ciúmes aos dentes, como se a proximidade te ofuscasse, como se me protege-se, como se o envolta voltasse de repente levando tudo aquilo que parecia um sonho.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

....... A meninha queimada do sol de franjinhas de tijela na testa sobe com a mãe nos empurros do ônibus lotado. Sem banco, a mãe - com o pescoço suando debaixo da traça grossa - puxa a menina pra sentar num dos canos amarelos. Ela resite.
.......- Eu quero te colocar aqui em cima!
.......- Eu coloco. - fala a voz fininha escorrendo anasalada.
.......A mãe se esforçando para tirar a menina do chão, puxando por debaixo dos ombros, se via que era uma realização impossível para a menina: muito lá em cima.
.......- Mas você num sabe!
.......O branquinho dos dentes separados, a a buchecha meleca do nariz:
.......- Eu sabo! - e se ria, toda toda.
- Sim, não?
- Pode sê.